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Libéria/Saúde

OMS anuncia fim da epidemia de ebola na Libéria

Em uma cerimônia oficial neste sábado (9), em Monrovia, na presença da presidente Ellen Johnson Sirleaf, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o fim da epidemia de ebola na Libéria. O país, um dos mais atingidos pela doença com quase cinco mil mortos, não registrou nenhuma nova vítima do vírus nos últimos 42 dias. 

A última paciente do ebola na Libéria (de amarelo), atualmente curada, em Monrovia, no dia 5 de março.
A última paciente do ebola na Libéria (de amarelo), atualmente curada, em Monrovia, no dia 5 de março. REUTERS/James Giahyue
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"Hoje, 9 de maio de 2015, a OMS declara a Libéria livre da transmissão do vírus ebola. Quarenta e dois dias se passaram depois do último caso confirmado em laboratório", declarou o responsável local pela OMS, Alex Gasasira. A vítima, uma mulher de 44 anos provavelmente contaminada por um relação sexual com seu marido infectado, morreu e foi enterrada no dia 28 de março.

Há três dias, um grupo de mulheres decidiu se reunir na capital do país para cantar, jejuar e orar pelo fim da epidemia. O anúncio oficial da OMS marca o fim de um dos maiores dramas sanitários da história da humanidade.

O ministro liberiano da Defesa, Brownie Samukai, chegou a alertar diante do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, que o vírus ameaçava a própria existência da Libéria como país.

Cenas terríveis e mobilização internacional

O mundo assistiu a cenas apocalípticas provocadas por um vírus considerado devastador. Doentes foram isolados em centros de tratamento completamente lotados, cadáveres foram incinerados, e regiões inteiras do país foram colocadas em quarentena para evitar a propagação do ebola.

Em agosto do ano passado, durante o grande pico da epidemia, um centro de tratamento do ebola em Monrovia para 120 leitos teve que redobrar sua capacidade para atender os casos. Apesar de se tornar a maior estrutura já montada pela Ong Médicos Sem Fronteiras para atender as vítimas, muitos pacientes tiveram que ser enviados de volta para casa por falta de espaço.

Em outubro, a situação era tão crítica que as autoridades sanitárias pediram para que todos os corpos fossem queimados, mesmo os que não tinham a morte por ebola confirmada.

Pouco antes, diante da inércia da comunidade internacional, fortemente criticada pelas Ongs humanitárias, o presidente Barack Obama decidiu enviar o maior contingente de militares americanos à região, com 2.800 homens, para ajudar a Libéria a enfrentar a epidemia.

Apesar da ajuda tardia, a coordenação da ONU para a luta contra o ebola reconheceu que a medida teve um "forte impacto psicológico positivo" e contribuiu para mudar o moral da população e do governo local.

Esta epidemia de ebola, considerada a mais grave desde a identificação do vírus na região central da África, em 1976, teve início em dezembro de 2013 no sul da Guiné e se propagou rapidamente pela Libéria e pela Serra Leoa. Segundo a OMS, mais de 10.500 casos foram registrados na Libéria e 4.700 doentes morreram devido ao vírus mortal.
 

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