Paquistão liberta autor de atentados em Mumbai; Índia protesta
A Justiça do Paquistão autorizou nesta sexta-feira (13) a libertação sob pagamento de fiança do suposto cérebro do ataque de Mumbai, que em novembro de 2008 deixou 166 mortos na cidade indiana. Zakiur Rehman Lakhvi, 55 anos, é considerado pela Índia o mentor do atentado armado contra um hotel de luxo, onde mataram vários turistas estrangeiros. Nova Délhi considera a decisão “um insulto”.
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A Alta Corte de Islamabad anulou nesta sexta-feira a ordem de detenção de Zakiur Rehman Lakhvi, 55 anos, abrindo o caminho para a libertação, informou o promotor do caso, Jehangir Jadoon. “Zakiur Rehman Lakhvi foi libertado e saiu da prisão. Não sei onde pensa em ir agora”, disse o advogado do suspeito, evocando “falta de provas” como sendo a justificativa da corte.
Uma fonte dos serviços secretos confirmou à agência de notícias Reuters que o homem saiu da penitenciária, mediante o pagamento de uma caução. Lakhvi foi detido em 2009 e integra o grupo de sete suspeitos acusados e presos, no Paquistão, pelo ataque na capital financeira da Índia. Todos aguardam julgamento.
As autoridades indianas atribuíram os ataques ao grupo Lashkar-e-Taiba (LeT), considerado o braço armado da organização de caridade paquistanesa Jamaat ud-Dawaa, em cumplicidade com setores do governo paquistanês. Sete anos depois, o ataque de Mumbai ainda afeta as relações entre Índia e Paquistão. Nova Délhi acusa a justiça paquistanesa de lentidão, enquanto Islamabad afirma que as autoridades indianas não apresentaram as provas necessárias para o julgamento dos acusados.
Indignação indiana
Em meio a uma visita oficial que realiza à França, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ficou “indignado” com a notícia, segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país. “O fato de não fazê-lo responder à Justiça, como deveria acontecer com os terroristas, representa uma verdadeira ameaça para a segurança da Índia e do mundo”, declarou. “Isso só pode nos levar a duvidar das garantias dadas [pelo Paquistão] a respeito do terrorismo.”
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