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Nigéria/Terrorismo

Nigéria quer destruir bases do Boko Haram em seis semanas

Todas as bases do grupo ultrarradical islâmico Boko Haram na Nigéria serão desmanteladas em seis semanas, prometeu nesta segunda-feira (9) o conselheiro para a segurança do presidente do país. A data coincide com as eleições presidenciais e legislativas que deverão ser realizadas até o dia 28 de março. O grupo ultrarradical lançou hoje nova ofensiva contra uma cidade do Níger.

Policiais da Nigéria em Maiduguri na região deBorno, na Nigeria, durante uma operação contra o grupo Boko Haram em junho de 2013.
Policiais da Nigéria em Maiduguri na região deBorno, na Nigeria, durante uma operação contra o grupo Boko Haram em junho de 2013. AFP PHOTO / Quentin Leboucher
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A data da votação, inicialmente prevista para 14 de fevereiro e adiada por decisão do governo, não será mais alterada, garantiu o conselheiro para a segurança do presidente, Sambo Dasuki. Ele pediu e conseguiu da Comissão Eleitoral o adiamento das eleições, sob alegação de que a mobilização de tropas nigerianas contra o Boko Haram no norte do país não permitiria levar segurança a outras regiões da Nigéria.

A decisão chegou a ser criticada porque os militares não deveriam, em princípio, ser responsáveis pela segurança das eleições. Os soldados dão apenas apoio aos policiais em caso de excessos.

Dasuki explicou em entrevista à agência AFP que a decisão foi tomada para que os eleitores do nordeste do país, onde há redutos do Boko Haram, também possam se dirigir às urnas com segurança e tranquilidade.

A oposição acusa o presidente Goodluck Jonathan de ganhar tempo para dar maior visibilidade à sua campanha para a reeleição no momento em que perde pontos para o principal rival na disputa, o ex-ditador Muhammadu Buhari.

Nova ofensiva do Boko Haram no Níger

O anúncio da disposição em eliminar as bases do Boko Haram e afastar as ameaças para os eleitores é feito no dia em que os extremistas lançaram nova ofensiva no nordeste do Níger.

Uma explosão foi registrada em um mercado na cidade de Diffa, no sudeste do Níger, na fronteira com a Nigéria. No domingo, o mesmo local foi alvo de um obus que deixou um morto e mais de 20 feridos, segundo uma fonte médica.

Na manhã desta segunda-feira, os jihadistas lançaram um ataque de madrugada contra a prisão de Diffa, como objetivo libertar prisioneiros do grupo. Uma fonte de um serviço humanitário garantiu que soldados conseguiram evitar a ação do Boko Haram que atacou a cidade pelo terceiro dia consecutivo.

Reprodução de vídeo mostra o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau.
Reprodução de vídeo mostra o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau. YouTube

Em um vídeo divulgado hoje, o chefe do movimento ultrarradical, Abubakar Shekau, ironizou a coalizão militar regional constituída para lutar contra seu grupo. "A aliança de vocês não vai levar a nada. Juntem todas as suas armas e venham nos combater. Vocês serão bem-vindos", afirmou na mensagem de 28 minutos, divulgada juntamente com outros dois vídeos pelo site YouTube.

"Vocês vão enviar sete mil soldados? Porque não 70 milhões? Não é muito. Para Alá é pouco. Nós vamos capturá-los um a um", prometeu Shekau, que no ano passado proclamou um califado em uma região no estado de Borno, no nordeste da Nigéria.

No sábado, representantes da Nigéria, Níger, Chade, Camarões e Benin decidiram mobilizar 8.700 soldados - 1.200 mais do que o previsto inicialmente -, para lutar contra a ofensiva do Boko Haram na Nigéria e nos países vizinhos.
 

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