Jordânia ameaça se vingar de grupo Estado Islâmico após execução de soldado
A Jordânia ameaçou, nesta quarta-feira (4), se vingar do grupo Estado Islâmico com uma resposta “severa” após a execução de um de seus pilotos, que teria sido queimado vivo pela organização extremista. O rei Abdallah II, que encurtou sua visita aos Estados Unidos, avisou que a morte do militar não será em vão. Autoridades de instituições muçulmanas também lançaram ameaças contra o grupo terrorista.
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O rei Abdallah II, que estava nos Estados Unidos em visita oficial, voltou para Amã nesta quarta-feira. Em um comunicado oficial após uma reunião com responsáveis militares, o soberano disse que “o sangue do mártir Muath al-Kaseasbeh não será em vão e a resposta da Jordânia e de seu exército (…) será severa”. Um pouco antes, o porta-voz do governo, Mohammad Momani, disse que o país está “mais determinado do que nunca a combater os terroristas” do grupo Estado Islâmico (EI).
A divulgação do vídeo da execução de um homem, apresentado como sendo o piloto jordaniano, também suscitou reações firmes dos líderes muçulmanos. Para o rei Salman da Arábia Saudita, esse ato “é contrário ao islã e a todos os valores da humanidade”. Outras monarquias do Golfo, além do Irã, também condenaram a execução.
Líder islâmico diz que terroristas deveriam ter pés e mãos cortados
Para o xeique Ahmed al-Tayeb, imã da Al-Azhar, uma das instituições mais importantes do islã sunita, baseada no Cairo, os atos do EI “necessitam da punição prevista pelo Corão para esses agressores : a morte, a crucificação ou a amputação de suas mãos e seus pés”. O líder religioso lembrou que sua religião proíbe qualquer tipo de ataque ao corpo usando fogo, “mesmo contra um inimigo que o ataca”.
Vizinha da Síria e do Iraque, a Jordânia participa desde setembro da ofensiva da coalizão internacional liderada por Washington contra o grupo Estado Islâmico. Muath al-Kaseasbeh foi capturado em dezembro, quando seu avião caiu na síria durante um ataque visando os terroristas.
Dois jihadistas já foram executados em represália
Nessa quarta-feira, em represália à morte do piloto, Amã executou dois jihadistas presos no país. A primeira foi a iraquiana Sajida al-Rishawi, condenada por participação em atentados em 2005. O EI chegou a pedir que ela fosse libertada em troca de um refém japonês, assassinado recentemente pelos jihadistas. O segundo terrorista executado pela Jordânia por enforcamento foi Ziad Karbouli, responsável local da Al-Qaeda.
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