OMS alerta para risco de 20 mil casos de Ebola em novembro
Mais de 20 mil pessoas estarão infectadas pelo vírus Ebola no início de novembro, alertou, nesta terça-feira (23), a Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS diz que os casos da doença vão continuar aumentando no oeste da África, se não houver mudanças significativas nas ações de controle da epidemia.
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"Sem uma melhora drástica nas medidas de combate ao vírus, teremos não centenas, como agora, mas milhares de mortos a cada semana", adverte a OMS. Um estudo, publicado em uma revista britânica, revela que a taxa de mortalidade das pessoas contaminadas pelo Ebola é de quase 71%. A OMS teme que a doença passe a ser endêmica na região.
Um balanço divulgado ontem indica que o número de mortos subiu para 2.811 pessoas, principalmente na Libéria, Guiné e Serra Leoa. "Entramos numa terceira fase de crescimento da doença que é explosiva", afirmou um dos co-autores do estudo, Cristopher Dye, médico diretor de estratégia da OMS, durante uma entrevista à imprensa em Genebra.
Risco de nova guerra civil
O governo da Libéria advertiu hoje contra o risco de novas guerras na região, provocadas pela lentidão da comunidade internacional em dar uma resposta à epidemia. O ministro da Informação da Libéria, Lewis Brown, disse que a população do país está "agitada".
Segundo o ministro, os hospitais lutam contra a doença, mas os preços dos produtos de primeira necessidade começam a subir, aumentando o clima de instabilidade no país. O alerta vale para os três países mais afetados pelo Ebola, que são Libéria, Serra Leoa e Guiné. Os três países estiveram envolvidos em sangrentas guerras civis a partir da década de 1990.
O governo da Libéria quer instalar mil novos leitos para vítimas do Ebola em dez hospitais do país. "Mas não temos capacidade e recursos para isso", lamentou o ministro liberiano. Segundo ele, essa situação acaba afetando a confiança da população no governo e contribui para a agitação social.
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