Nigéria isola 200 pessoas suspeitas de Ebola, após confirmação de novo caso

A Nigéria colocou 200 pessoas em observação neste domingo (31), após a confirmação de um novo caso de Ebola na cidade petrolífera de Port Harcourt, no sudeste do país. Desde o início deste ano, a febre hemorrágica já deixou 1.500 mortos, nesta que é a pior epidemia desde a descoberta do vírus, em 1976.

Funcionários do aeroporto internacional de Abuja, na Nigéria, medem a temperatura dos passageiros que chegam de países afetados pelo Ebola. REUTERS/Afolabi Sotunde

A portadora do vírus é uma médica que contraiu a doença do marido, que morreu na última sexta-feira. Ela está sendo tratada em Lagos e seu estado de saúde era estável neste domingo, segundo autoridades locais.

Dos 1.500 mortos pelo Ebola desde o início do ano no oeste da África, 120 vítimas eram profissionais da saúde que tiveram contato com doentes. A Nigéria registrou seis mortes até agora: três eram médicos e dois, enfermeiros. Essa mortalidade elevada entre agentes da saúde revela a falta de meios e equipamentos com que eles enfrentam a epidemia.

Com a notificação de um caso confirmado da doença, o Senegal tornou-se na última sexta-feira o quinto país africano afetado pelo Ebola. Libéria, Serra Leoa e Guiné, com o maior número de mortes causadas pela febre hemorrágica, permanecem com suas fronteiras fechadas para evitar a propagação do vírus, até hoje sem cura.

Fora da África, um caso suspeito foi anunciado ontem na Suécia mas, após a realização de exames, a contaminação foi descartada.

CAN 2015 ameaçada

Outra consequência da epidemia é que ela já perturba os jogos de classificação da Copa Africana de Nações (CAN-2015). A Costa do Marfim - país vizinho da Guiné e da Libéria sem nenhum caso da doença até o momento - se recusa a acolher competições esportivas por medida de precaução.

Com isso, paira uma dúvida sobre o jogo entre as seleções da Costa do Marfim e Serra Leoa, previsto para o próximo sábado (6) em Abidjan.