Chefe da junta militar é nomeado primeiro-ministro da Tailândia
O chefe da junta militar que chegou ao poder em maio na Tailândia por meio de um golpe de Estado foi nomeado primeiro-ministro do país nesta quinta-feira (21). A junta militar será mantida em paralelo, e novas eleições não devem acontecer antes de outubro do ano que vem.
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191 integrantes de uma assembleia não eleita votaram a favor do general Prayut Chan-O-Cha, único candidato ao cargo de primeiro-ministro. A nomeação ainda deve ser aprovada pelo rei da Tailância, Bhumibol. Aos 86 anos, ele raramente aparece em público.
Depois de derrubarem o governo civil eleito no dia 22 de maio, os militares reduziram progressivamente as liberdades cívicas. Desde então, os políticos não aparecem mais na mídia e as vozes críticas são reprimidas.
O Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos se disse nesta semana "muito preocupado" com a situação na Tailândia, sobretudo com o aumento dos processos por crime de lesa-majestade, punido com vários anos de prisão.
Aos 60 anos, Prayut Chan-O-Cha deve se aposentar do cargo de chefe do Exército em setembro. A nomeação como primeiro-ministro permite que ele continue dirigindo o país.
As Forças Armadas justificaram o golpe de maio com a necessidade de colocar um fim em sete meses de manifestações violentas contra o governo de Yingluck Shinawatra, irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.
Mas certos críticos acusam a junta de ter usado a situação como pretexto para se livrar da influência de Thaksin. Derrubado por um golpe precedente em 2006, ele continua provocando divisões no reino, mesmo em exílio. Segundo especialistas, Thaksin é considerado pelas elites tradicionais, que incluem o exército, uma ameaça à realeza.
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