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Iraque/Curdos

Curdos unem forças contra jihadistas no Iraque

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, rebeldes curdos da Turquia) pediu que os curdos unam forças para bloquear o avanço dos combatentes jihadistas no norte do Iraque. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) pela imprensa turca. Ontem, a intensificação dos confrontos levou o governo de Bagdá a fazer uma rara aliança com as forças curdas. Quarenta crianças da minoria Yazidi morreram devido ao ataque jihadista de domingo na região de Sinjar, no Curdistão iraquiano, informou a Unicef.

Forças iraquianas combatem insurgentes em Ramadi, no dia 30 de julho de 2014.
Forças iraquianas combatem insurgentes em Ramadi, no dia 30 de julho de 2014. REUTERS/Osama Al-dulaimi
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O Estado Islâmico (EI) conquistou no domingo a cidade iraquiana de Sinjar, situada a cerca de 50 quilômetros da fronteira síria, inflingindo uma nova derrota às forças iraquianas e aos combatentes curdos que a defendiam, conhecidos como peshmergas.

Sinjar também é historicamente o lar dos Yazidis, uma minoria de língua curda adepta de uma religião pré-islâmica parcialmente originária do zoroastrismo. Os jihadistas os consideram adoradores do diabo.

As forças da região autônoma curda do Iraque sofreram grandes perdas nos últimos dias diante dos combatentes jihadistas do EI, que decretaram um "califado" nos territórios iraquianos que eles conquistaram desde a ofensiva de junho.

Segundo a agência de notícias pró-curda Firat News, dezenas de combatentes do PKK partiram nesta terça-feira em direção ao fronte de Sinjar. A organização dispõe na fronteira entre Turquia e Iraque de vários milhares de militantes armados que lutam desde 1984 contra o Estado turco. O conflito já fez mais de 40 mil mortos. Um cessar-fogo foi decretado em março de 2013 pelo PKK no contexto de negociações de paz com o governo islâmico e conservador de Ankara, mas até agora não houve nenhum acordo.

Cooperação entre forças curdas e iraquianas

Desde o lançamento, no dia 9 de junho, de uma ofensiva de rebeldes sunitas pelos jihadistas do Estado Islâmico, as relações historicamente difíceis entre o governo central e a região autônoma do Curdistão iraquiano se tornaram ainda mais tensas. Os curdos se aproveitaram da derrota do exército iraquiano para tomar o controle de territórios reivindicados há muito tempo.

Mas, diante do avanço dos jihadistas, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, ordenou à aeronáutica que apoiasse os combatentes curdos. Aos ataques aéreos prometidos por Bagdá se soma a ajuda dos combatentes do partido curdo sírio da União Democrática (PYD). As relações entre o PYD e as forças curdas no Iraque também já foram muito tensas, mas "o PYD foi a Sinjar em resposta a um pedido do povo", anunciou o grupo, que combate o Estado Islâmico na Síria.

Em 48 horas, o Estado Islâmico tomou dos curdos várias cidades próximas da fronteira com a Síria, inflingindo uma derrota aos peshmergas, que têm a reputação de serem eficientes e organizados. As forças curdas faziam um bloqueio contra os jihadistas. Mas agora os peshmergas enfrentam dificuldades financeiras e logísticas para garantir a segurança de um território 40% maior.

Situação de emergência

Quarenta crianças da minoria Yazidi morreram devido ao ataque jihadista de domingo na região de Sinjar, informou nesta terça-feira um comunicado da Unicef. "Segundo informações oficiais, essas crianças da minoria yazidi morreram como consequência direta da violência, dos deslocamentos e da desidratação nos últimos dias", disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Sinjar abrigava dezenas de milhares de refugiados que escaparam do avanço dos rebeldes sunitas na região nas últimas semanas. O ataque dos jihadistas levou até 200 mil pessoas, segundo a ONU, a fugirem. Algumas delas foram para zonas montanhosas, sem suprimentos. A Unicef informou que essas famílias precisam de ajuda urgente, sobretudo as 25 mil crianças que estão encurraladas nas montanhas, sem água nem serviços sanitários.
 

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