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Israel/Palestinos

Cessar-fogo fracassa e Israel retoma bombardeios em Gaza

Israel retomou na tarde desta terça-feira (15) seus bombardeios na Faixa de Gaza após um breve cessar-fogo proposto pelo Egito e recusado pelo grupo palestino Hamas. Pelo menos 192 palestinos, em sua grande maioria civis, perderam a vida desde o início das hostilidades, no dia 8 de julho. Esse balanço já é mais alto que o do precedente conflito entre Israel e o movimento extremista Hamas, em 2012.

Homem caminha sobre escombros de casa que, segundo a polícia de Gaza, foi destruída em um bombardeio israelense nesta terça-feira (15).
Homem caminha sobre escombros de casa que, segundo a polícia de Gaza, foi destruída em um bombardeio israelense nesta terça-feira (15). Reuters
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Seis horas após ter aceitado suspender seus bombardeios, Israel relançou seus ataques contra o território palestino em resposta a dezenas de tiros de foguetes vindos de Gaza, segundo o porta-voz do exército israelense, Peter Lerner. Os serviços de resgate em Gaza informaram que um homem de 77 anos morreu e ao menos dez outras pessoas ficaram feridas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha alertado que, em caso de ataque durante a trégua, seu exército aumentaria os bombardeios. "Israel terá toda a legitimidade internacional para ampliar suas operações militares a fim de restabelecer a calma necessária" se o movimento islâmico Hamas não aceitar o cessar-fogo, disse Netanyahu.

Hamas quer acordo completo sobre conflito

Nos últimos oito dias, o exército israelense posicionou tropas de infantaria e tanques nas proximidades da Faixa de Gaza, mobilizando 40 mil soldados para o caso de uma invasão do território. O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, pediu hoje que "a operação termine com o controle de toda a Faixa de Gaza pelo exército de Israel".

Afirmando ter tomado conhecimento do plano egípcio pela mídia, o Hamas rejeitou qualquer cessar-fogo que não inclua um acordo completo sobre o conflito com Israel. O grupo exige o fim dos bombardeios e do bloqueio a Gaza, que ocorre desde 2006, a abertura do posto de Rafah na fronteira com o Egito e a libertação dos palestinos detidos novamente após terem sido libertados devido a um acordo em troca de um soldado israelense em 2011.

Cerca de 60 foguetes foram lançados da Faixa de Gaza deste o suposto início da trégua, às 3h no horário de Brasília, e ao menos 8 foram interceptados, segundo o exército. Um soldado ficou levemente ferido em Sderot, perto de Gaza. Em uma semana, cerca de 900 projéteis atingiram Israel, sem deixar vítimas.

Nesta terça-feira, Israel bombardeou ainda três alvos administrativos e militares na parte não ocupada das colinas de Golan na Síria, matando quatro pessoas, segundo uma ong síria.

Esforços diplomáticos

Pouco antes da retomada dos bombadeios em Gaza, o secretário de Estado americano, John Kerry, se disse preocupado com "grandes riscos de escalada da violência", e garantiu que os Estados Unidos estão dispostos a fazer tudo "para ajudar as duas partes a se unirem".

O presidente palestino, Mahmud Abbas, havia pedido que os dois campos respeitassem o cessar-fogo. Nos próximos dias ele deve visitar o Egito e em seguida a Turquia, aliada do Hamas, para discutir a situação. O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, acusou Israel de "terrorismo de Estado" e de perpetrar um "massacre" da população civil.

O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, começou nesta terça-feira em Tel-Aviv uma breve visita a Israel e à Cisjordânia, onde deve encontrar Abbas. A ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, cujo país ocupa atualmente a presidência rotativa da União Europeia, também chegou hoje a Israel.

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