Guerras e perseguições deixam mais de 16 milhões de refugiados

O número de refugiados não pára de aumentar no mundo. Em 2013, os dados indicaram que mais de 16 milhões de pessoas foram atingidas por esse drama, sendo a maioria afegãos, sírios e somalis. As informações fazem parte do relatório do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, divulgado nesta sexta-feira (20).  

Campo de refugiados do Sudão do Sul na região de Gambella, na Etiópia. ambafrance-et-org

O documento da ONU constata que entre 2012 e 2013 cerca de 1,5 milhão de pessoas a mais foram obrigadas a fugir de suas cidades ou países (em 2012 eram 15 milhões). As causas deste aumento podem ser explicadas pelas perseguições étnicas e religiosas, guerras e violências.

Síria, Afeganistão, Somália

A Síria é um dos países que mais registra êxodo de habitantes. Calcula-se que 2,5 milhões fugiram, aterrorizados pelos combates entre insurgentes e o exército do presidente Bachar al-Assad. Este é considerado o maior êxodo desde o genocídio de Ruanda, em 1994.

Os conflitos no Mali, na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, também ampliaram os deslocamentos das populações.

"Constatamos a enorme tragédia causada pela incapacidade dos países de acabar com as guerras, assim como o fracasso na resolução e prevenção de conflitos", declarou Antonio Guterres, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

África

Os somalis são a primeira população africana em termos de refugiados devido à guerra que dura há mais de dez anos no país. Em seguida vêm os sudaneses e os habitantes da República Democrática do Congo.

O Quênia é o país africano que mais recebe refugiados; estima-se que mais de 500 mil vivem no território. Pelo 12° ano consecutivo, o Chade também vem registrando um aumento significativo de exilados, vindos principalmente do Sudão do Sul e da República Centro-Africana. A Etiópia, como nos anos anteriores, continua a recolher pessoas originárias da Eritreia e da Somália.

Países em desenvolvimento, a opção dos refugiados

Ao contrário do que se possa imaginar, são os países em desenvolvimento que representam o primeiro destino dos refugiados, acolhendo mais de 4/5 do total. O Paquistão, o Irã e o Líbano são os principais exemplos.

Os afegãos continuam a representar a maior parte dos refugiados, porém, o atual contexto de violência no Iraque sugere que seus cidadãos devam engrossar as estatísticas no ano que vem. Somente nos últimos dias, milhares de iraquianos fugiram dos combates nas cidades do norte do Iraque e de Mossul, a segunda mais importante do país.