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Tailândia/premiê

Justiça destitui primeira-ministra da Tailândia

A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, e diversos membros de seu gabinete foram destituídos nesta quarta-feira (7). A Justiça do país a considerou culpada por abuso de poder. Ela será substituída pelo atual ministro do Comércio e vice primeiro-ministro, Niwatthamrong Boonsongphaisan, segundo o governo.  

A  primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra (Foto: Reuters)
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A destituição da primeira-ministra tailandesa complica ainda mais a situação política no país, que há seis meses é palco de um movimento pedindo sua destituição. Na leitura do julgamento, transmitida ao vivo pela TV, o presidente da Corte, Charoon Intachan, também anunciou a cassação do mandato de todos os envolvidos no caso.

As autoridades acusam a primeira-ministra e os seus aliados de terem usado sua posição para obter a transferência do chefe do Conselho de Segurança Nacional, Thawil Pliensriem, em 2011, quando Shinawatra assumiu o poder. Ele voltou ao cargo depois de uma decisão do tribunal administrativo do país.

Com base nesta decisão, um grupo de senadores alegou que a transferência beneficiaria o partido da premiê, o Puea Thai, e entrou com um recurso na Corte Constitucional. O órgão considerou que Yingluck abusou de sua posição para afastar o funcionário do cargo "em seu próprio benefício". A primeira-ministra se diz inocente e alega que a decisão foi tomada durante um Conselho de Ministros.

Os manifestantes anti-governamentais elogiaram a decisão da Corte. Eles acusam a premiê e seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, de instaurar um sistema de corrupção generalizado no país. Afastado em 2006 no poder, Thaksin vive no exílio, mas segundo os opositores, "ele governa a Tailândia através de sua irmã".

Os protestos pedindo a saída de Shinawatra tiveram início há seis meses e já deixaram 25 mortos. Os manifestantes pedem a criação de um "conselho do povo", que substituiria o governo. A ex-premiê já é alvo de um processo da comissão anti-corrupção pelo financiamento de ajuda aos produtores de arroz do país e poderá ser obrigada a deixar a vida política por cinco anos.

Clima político é incerto

O clima político é de total incerteza, já que ainda não se sabe de que maneira será escolhido um novo primeiro-ministro. O Parlamento foi dissolvido em 2013, as eleições legislativas do dia 2 de fevereiro foram invalidadas pela Justiça. O governo convocou as novas eleições para o dia 20 de julho, mas o decreto ainda não foi oficialmente aprovado.

Os manifestantes também se recusam a apoiar as novas eleições. O movimento dos Camisas Vermelhas, também prometeu voltar às ruas em caso de “golpe de estado judiciário.’’ Em 2010, seus partidários ocuparam o centro de Bangoc durante dois meses para pedir a demissão do governo. As manifestações deixaram mais de 90 mortos e 1900 feridos.
 

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