Premiê egípcio anuncia demissão do governo
O primeiro-ministro egípcio Hazem el-Beblawi anunciou nesta segunda-feira (24) a demissão do seu governo ao presidente interino Adly Mansour. O anúncio acontece a poucos meses das eleições presidenciais no país, que devem ser convocadas para a primeira semana de abril.
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O chefe das forças armadas, Abdel Fattah al-Sissi, que também é ministro da Defesa e vice-primeiro ministro do governo Beblawi, não esconde sua intenção de disputar o pleito. Mas para poder ser candidato, ele deve pedir demissão do governo ou deixar o Exército. Outra opção seria pedir sua aposentadoria.
Caso a candidatura do marechal, que já é tido como favorito, se confirme, o líder de esquerda Hamdeen Sabbahi, único candidato oficial à presidência do Egito, disse à imprensa egípcia "temer um retorno do autoritarismo."
Aos 59 anos, Sabbahi se considera um herdeiro do ex-presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, e terminou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2012 – apenas quatro pontos atrás do islâmico Mohamed Mursi, destituído no início de julho pelas forças armadas.
Seu partido, Corrente Popular, também teme que, caso al-Sissi se apresente, o pleito acabe se transformando em um "plebiscito." O receio é do retorno ao poder de uma classe política que encarna a corrupção antes da Primavera Árabe, na era Mubarak.
Na tentativa de convencer os cerca de 50 milhões de eleitores egípcios, Sabbahi aposta nos valores de justiça social e democracia que levaram o povo às ruas em 2011. Em caso de derrota, diz, sua candidatura terá pelo menos servido para reestabelecer o contato "com as forças revolucionárias e o público egípcio."
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