Negociações entre regime e oposição síria entram em fase decisiva em Genebra
Depois de dois dias de negociações sobre os problemas humanitários e a situação da população civil na Síria, a conferência de paz chamada Genebra 2, sobre o futuro da Síria, entra hoje (27) em sua fase mais delicada. Os enviados do regime do presidente Bashar al-Assad e da oposição vão discutir a formação de um eventual governo de transição.
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A criação de um governo de transição é o ponto crucial das negociações. O tema está no comunicado final de Genebra 1, a reunião de 2012, em que russos e americanos concordaram com o princípio de um "órgão de transição governamental".
A oposição síria entende que a declaração é sinônimo de uma saída de Assad do poder. Já o regime de Damasco insiste que o documento sugere um governo de união, e recusa o afastamento de Assad da presidência. Esse eventual governo de transição também divide a Rússia e o Irã, aliados do regime, e os países ocidentais e as monarquias do Golfo, que apoiam os rebeldes.
Um membro da delegação de oposição, Louai Safi, disse hoje que eles começarão a falar de uma "transição da ditadura para a democracia". Mas ele mesmo considera que não há muito entusiasmo por parte do governo e está na expectativa de saber se o regime vai querer uma solução política ou continuará insistindo na solução militar.
"Clima de respeito mútuo"
Depois de um início tenso na sexta-feira, as discussões do final de semana aconteceram em clima de respeito mútuo, segundo o mediador da ONU, Lakhdar Brahimi.
Na manhã desta segunda-feira (27), as duas delegações ficam reunidas na mesma sala e trocam propostas por intermédio do mediador da ONU, sem se falar diretamente. No período da tarde, as discussões continuam em salas separadas, e o mediador da ONU fica circulando de um local ao outro.
As duas partes em conflito também vão acompanhar de perto a situação em Homs, no centro da Síria. O governo sírio autorizou a saída de mulheres e crianças do centro da cidade, que está sitiada. Os opositores querem garantias de que os civis que deixarem Homs não serão detidos pelo regime.
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