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Síria/ Genebra II

Segundo agência, Assad reitera não ter intenção de deixar o poder

O presidente sírio, Bashar al-Assad, teria advertido parlamentares russos em Damasco (Síria), neste domingo (19), que não tem a intenção de deixar o poder, como desejam os opositores. A declaração foi relatada pela agência de notícias russa Interfax, com base em fontes que participaram do encontro. Horas depois, a televisão estatal síria desmentiu o veículo, afirmando que o presidente não concedeu entrevistas. A polêmica acontece nas vésperas de uma conferência internacional de paz sobre o país.

No sábado (18), al-Assad (ao fundo, à esquerda) recebeu ontem uma delegação internacional da igreja anglicana.
No sábado (18), al-Assad (ao fundo, à esquerda) recebeu ontem uma delegação internacional da igreja anglicana. REUTERS/SANA/Handout via Reuters
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A conferência, chamada de Genebra II, pretende reunir os principais envolvidos no conflito para negociar o fim dos combates e lançar uma transição política na Síria. Mas a suposta declaração de Assad esfria as expectativas, já que uma das condições de negociação impostas pelos opositores é a saída do ditador do poder.

“Se nós tivéssemos a intenção de nos rendermos, o teríamos feito desde o início”, teria afirmado presidente, durante um encontro com parlamentares russos. Moscou é a principal aliada do regime sírio. “Nós somos os guardiões da nossa pátria. Esta questão não é um assunto em discussão”, teria comentado, de acordo com a Interfax. “Somente o povo sírio pode decidir quem vai participar das eleições.”

Oposição aceita participar de reunião

Reunida em Istambul, na Turquia, a coalizão da oposição síria aceitou, ontem, participar da conferência de paz, após semanas de desentendimentos internos e pressões internacionais e árabes. O presidente da coalizão, Ahmad Jarba, lembrou que, para os rebeldes, o único objetivo das negociações é “retirar todos os poderes do açougueiro [Assad]”.

O secretário de Estado americano, John Kerry, elogiou a decisão. "Foi uma votação corajosa que está no interesse de todo o povo sírio, que sofreu tão horrivelmente sob a brutalidade do regime de Assad e com uma guerra civil sem fim", declarou Kerry em um comunicado.

Kerry ao lado da oposição

Na nota, ele também classificou a decisão como "um caminho que, em última instância, levará a um melhor futuro para todos os sírios". Kerry disse que estará "junto da oposição síria e da comunidade internacional durante a conferência de paz de 22 de janeiro e todos os dias que vão se seguir".

"Sabemos que o processo será difícil, mas digo ao povo sírio: estaremos do seu lado (...) na busca da liberdade e da dignidade que todos os sírios merecem", acrescentou. O secretário americano reiterou que seu país "continuará exigindo do regime (de Damasco) que pare de utilizar mísseis Scud, barris de explosivos e armas horríveis contra os civis". Mais de 130 mil pessoas já morreram no conflito, que também levou ao deslocamento de milhões de sírios.
 

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