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Síria/Genebra 2

'Amigos da Síria' insistem para oposição participar de conferência de paz

A dez dias da segunda conferência de paz sobre a Síria, em Genebra, os líderes da Coalizão Nacional de Oposição se reuniram neste domingo (12) em Paris com representantes dos 11 países "Amigos da Síria". O objetivo do encontro era convencer os opositores a participar da conferência de paz marcada para o dia 22 de janeiro na Suíça.

O presidente da Coalizão Nacional de Oposição síria, Ahmad Jarba (esq.), e o chanceler francês, Laurent Fabius, fotografados na sede da ONU em outubro..
O presidente da Coalizão Nacional de Oposição síria, Ahmad Jarba (esq.), e o chanceler francês, Laurent Fabius, fotografados na sede da ONU em outubro.. REUTERS/Carlo Allegri
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A Coalizão Nacional de Oposição síria foi representada por seu presidente, Ahmad Jarba, e dois dos três vice-presidentes da entidade. Na mesma mesa de negociações estão diplomatas da França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito, Jordânia, Estados Unidos e Turquia e o grupo de países "Amigos da Síria".

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, fez um apelo aos opositores para que façam um esforço para superar as divergências internas e propiciem um diálogo com o regime, permitindo assim, uma solução política ao conflito na Síria. No final do encontro, Fabius declarou que "não existe outra solução para o drama dos sírios a não ser a solução política". Uma nova reunião está prevista no dia 17.

O objetivo da conferência de paz chamada de Genebra 2, definido pela ONU, é discutir um processo de transição política com a formação de um governo provisório em Damasco, composto de membros do regime e da oposição e dotado de poderes reais.

O grande problema é que a oposição não aceita a presença do presidente Bashar Al-Assad no futuro governo de transição, e Assad se recusa a deixar o poder.

Influência crescente da Al Qaeda

Nas últimas semanas, a guerra civil síria, que completa quatro anos em março, entrou numa espiral ainda mais dramática para a população. Os rebeldes decidiram se desvincular dos combatentes ligados à Al Qaeda (grupos Al Nusra e Estado Islâmico do Iraque e do Levante-EILL) que lutam contra o regime. Os ultrarradicais islâmicos foram expulsos de Aleppo, no norte, mas lançaram uma ofensiva em outras cidades do centro do país.

Segundo a ong Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), nove dias de combates entre rebeldes e jihadistas deixaram 700 mortos e centenas de prisioneiros. Do total de mortos, 351 são rebeldes, 246 ultrarradicais islâmicos e uma centena civis, dos quais 21 foram executados, de acordo com a ong OSDH.

As coalizões rebeldes sírias, formadas majoritariamente por militantes islâmicos, se rebelaram no início do ano contra a tentativa de hegemonia dos jihadistas do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que também atua em solo iraquiano. O EILL retrucou promovendo 16 atentados a bomba contra os rebeldes em uma semana. Essas explosões mataram dezenas de rebeldes e civis em Aleppo, Idlib, Raqa e Homs.

A capital de província Raqa escapa ao controle do Exército de Bashar al-Assad e abrigaria atualmente, sob o controle do EILL, centenas de prisioneiros rebeldes, militantes anti-Assad e jornalistas ocidentais.

O fracasso da influência americana na região, agravado pela estratégia do governo de Barack Obama de se desligar militarmente do Oriente Médio, deixaram o caminho aberto para os terroristas islâmicos.

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