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Irã/Programa nuclear

Guia supremo diz que Irã não desistirá de seus "direitos nucleares"

Pela terceira vez em cinco semanas, os diplomatas das grandes potências e do Irã se reúnem nesta quarta-feira, 20 de novembro de 2013, em Genebra para discutir sobre o programa nuclear iraniano. Mas antes mesmo da retomada das negociações, o guia supremo do Irã estabeleceu limites que não deverão ser ultrapassados e repetiu que seu país não recuará no que diz respeito a seus "direitos nucleares".

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse durante coletiva nesta terça-feira em Roma que há chances de se chegar a um acordo sobre o programa nuclear de seu país.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse durante coletiva nesta terça-feira em Roma que há chances de se chegar a um acordo sobre o programa nuclear de seu país. REUTERS/Alessandro Bianchi
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"Eu insisto na consolidação dos direitos nucleares do Irã", declarou o aiatolá Ali Khamenei em um discurso transmitido ao vivo pela televisão iraniana nesta quarta-feira. Ele pediu que os negociadores iranianos não cedam em alguns pontos, sobretudo no que diz respeito ao direito de enriquecimento de urânio em território iraniano e à recusa em fechar o centro subterrâneo de enriquecimento de Fordo.

Em seu discurso, o guia supremo também afirmou que Israel está "destinado a desaparecer", uma frase que deve complicar as negociações em Genebra. As potências ocidentais repetem que querem garantir a segurança de Israel no contexto de um acordo com o Irã.

A retomada das discussões sobre o controverso programa nuclear iraniano entre o Irã e o chamado grupo P5+1 - Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha - foi precedida por uma série de encontros bilaterais, entre eles uma reunião do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Asthon.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fez nesta quarta-feira uma viagem de urgência para Moscou a fim de encontrar o presidente Vladimir Putin. Após conversar por telefone com o presidente Hassan Rohani, o líder russo disse que há "uma chance real" de resolver a questão do programa nuclear iraniano.

Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a importantes senadores americanos que deem uma chance às negociações e não aprovem um reforço das sanções em vigor contra o Irã, como alguns parlamentares estão cogitando.

Nesta terça-feira o primeiro-ministro britânico, David Cameron, telefonou para o presidente iraniano, um fato inédito em mais de uma década. Hassan Rohani disse ao premiê que seu país "defenderá firmemente seus direitos nucleares" e recusará "qualquer discriminação".

Rohani também teve um contato telefônico com o presidente chinês Xi Jinping, a quem ele declarou que o Irã "quer um acordo que preservará seus direitos e pelo qual ele mostrará que seu programa nuclear iraniano é totalmente pacífico", segundo a agência de notícias iraniana Irna.

O presidente do Irã pediu que a China "aja contra as exigências excessivas de certos países", fazendo uma alusão à França, que havia obtido na última rodada de negociações, no início de novembro, um endurecimento do texto do acordo preparado pelo Irã e pelos Estados Unidos. Teerã recusou o texto final.

Apesar de não terem finalizado um acordo, todos os participantes enfatizaram os progressos realizados nessa rodada anterior, que foram possíveis em grande parte devido à política de abertura conduzida pelo presidente Rohani desde sua eleição em junho.

Ali Khamenei acusou nesta quarta-feira a França de ter "cedido aos Estados Unidos" e de "ter se ajoelhado diante do regime israelense" ao impedir a conclusão de um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Ele também criticou as declarações do presidente Farnçois Hollande, que garantiu no último domingo em Israel que a França continuaria a se opor a uma suspensão das sanções econômicas enquanto Teerã não renunciar à busca pela arma atômica.
 

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