Netanyahu faz campanha contra acordo com Teerã
Enquanto o mundo espera o resultado das negociações entre o Irã e o chamado P5+1, grupo formado por Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra, França e Alemanha, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tenta convencer os americanos de que é melhor “não assinar nenhum acordo do que assinar um acordo ruim”. A campanha do premiê é para evitar um tratado que leve ao alívio nas sanções econômicas contra Teerã em troca apenas da suspensão por seis meses das atividades nucleares do país.
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Daniela Kresch, correspondente da Rádio França Internacional em Tel Aviv
As negociações chegaram a um impasse neste sábado, mas serão retomadas no próximo dia 20 em Genebra, na Suíça. Segundo Netanyahu, o Irã teria a intenção apenas de diminuir as sanções contra sua economia, ganhando tempo para desenvolver armas nucleares.
Baseado nesta argumentação, ele exige o fim total do programa nuclear iraniano – incluindo a construção de um usina de polônio na cidade de Arak – e não apenas uma suspensão temporária no enriquecimento de urânio a 20%.
A posição israelense está levando a uma nova crise diplomática com Washington. De acordo com a imprensa local, Netanyahu tenta agora convencer o Congresso americano a não aprovar um possível acordo com Teerã.
Em meio à tensão, Netanyahu pode contar pelo menos uma vitória: um grande aliado político, o ex-chanceler Avigdor Lieberman, do partido ultranacionalista “Israel Nosso Lar”, voltará imediatamente ao cargo, depois de ter sido absolvido na Justiça de acusações de corrupção.
Mas a volta pode atrapalhar ainda mais a já complicada diplomacia israelense. Principalmente, o relacionamento com os palestinos. Isso porque Lieberman, um conhecido linha-dura, é contra a criação de um Estado palestino independente.
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