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Líbia/Omã

Viúva de Kadafi exige que ONU e UE entreguem corpo do ex-ditador

A viúva do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, Safia Farkash, pede hoje em uma carta endereçada à ONU e à União Europeia que revelem onde estão enterrados os corpos de seu marido e seu filho, e que eles sejam devolvidos à família para um "sepultamento digno". A carta foi entregue à rádio russa "A Voz da Rússia" pela irmã da viúva, Fátima.

Imagem da viúva de Kadafi, Safia, no canal de TV France 24.
Imagem da viúva de Kadafi, Safia, no canal de TV France 24. France 24
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Kadafi e seu filho Muatassim foram capturados e mortos por rebeldes no dia 20 de outubro de 2011 em Sirte, no centro do país. Seus corpos haviam sido expostos ao público em Misrata, a 214 km a leste de Trípoli, antes de serem enterrados em um local mantido em sigilo.

"Exijo que todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, a União Europeia e todos que participaram do assassinato destes mártires [...] revelem finalmente o local do enterro dos corpos e os entreguem aos familiares, para poder sepultá-los dignamente", diz Safia em sua carta, por ocasião do segundo aniversário da morte do ex-ditador. Ela também solicita à União Africana a "abertura de uma investigação detalhada sobre o assassinato de Kadafi e de todos aqueles que foram mortos junto com ele naquele dia".

A viúva do ex-ditador líbio pede ainda a organizações de direitos humanos que a ajudem a entrar em contato com seu filho Seif al-Islam Kadafi, detido por rebeldes na cidade de Zenten, no sudoeste da Líbia. Apontado como sucessor potencial do ditador morto, Seif al-Islam está detido no sul do país desde novembro de 2011.

Após a queda de Trípoli, em agosto de 2011, Safia e três filhos do ex-ditador, Aisha, Hanibal e Mohamed, se refugiaram na Argélia. Este ano, uma parte de família encontrou asilo no Sultanato de Omã. Outro filho do casal, Saadi, fugiu para o Níger em setembro de 2011.

Além de Muatassim, outros dois filhos de Kadafi morreram durante a insurreição líbia, que começou em fevereiro de 2011. Seif al-Arab não resistiu a um bombardeio da OTAN em abril de 2011; em agosto do mesmo ano, foi a vez de Khamis morrer em combate contra os rebeldes.

A Rússia nunca "engoliu" a intervenção militar ocidental na Líbia, liderada pela França e o Reino Unido com o apoio militar dos Estados Unidos. O governo russo alega que os aliados ultrapassaram o mandato aprovado por uma resolução da ONU que previa a criação de corredores humanitários para proteger os civis líbios. A intervenção ocidental acabou levando à queda do regime de Kadafi. Por causa deste episódio, a Rússia demorou dois anos e meio para aprovar uma resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU, no caso o desmantelamento do arsenal químico sírio votado no final de setembro.

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