Avanços marcam negociações sobre programa nuclear do Irã
Os dois dias de negociações em Genebra sobre o polêmico programa nuclear iraniano foram produtivos: além da esperança de uma nova fase para as relações entre Teerã e as potências ocidentais, os negociadores deixaram a mesa com data marcada para um novo encontro, que deve acontecer nos dias 7 e 8 de novembro, no mesmo local.
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Embora não tenha havido um avanço considerável quanto à interrupção do enriquecimento de urânio ou das sanções impostas contra o país persa, surgiu uma nova atmosfera de negociações. De acordo com o porta-voz da Casa Branca Jay Carney, a exposição iraniana foi dotada de uma seriedade e uma consistência inéditas; um ponto para o presidente Hassan Rouhani que, desde a chegada ao poder neste ano, proclamou que priorizaria a reconstrução das relações internacionais.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse acreditar que os representantes dos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França) mais a Alemanha comprovaram a existência da "vontade política necessária para prosseguir".
Ele, que está sobre cadeira de rodas por conta de dores nas costas, garantiu que Teerã está disposta a responder a todas as preocupações sobre seu programa nuclear, "embora não haja razão para preocupações". A primeira demonstração de boa vontade neste sentido foi aceitar o pedido dos Estados Unidos para que a Agência Internacional de Energia Atômica possa realizar visitas surpresa às usinas de enriquecimento de urânio iranianas.
Para a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, as discussões foram "substanciais e direcionadas para o futuro". Ela informou que nenhum detalhe do plano apresentado pelo Irã será divulgado por enquanto e que uma reunião entre cientistas, especialistas em energia nuclear e economistas acontecerá antes do próximo encontro dos 5+1 com as autoridades iranianas.
Um pouco mais contida foi a nota emitida pelo vice-premiê russo Sergei Ryabkov. Ele classificou as discussões de "difíceis", "intensas" e "imprevisíveis", por conta do nível "extremamente baixo de confiança mútua". Para ele, o momento de comemorar será quando as sanções forem suspensas ou o nível de enriquecimento de urânio, reduzido.
À margem do encontro, o Irã e o Reino Unido anunciaram a retomada de suas relações bilaterais, interrompidas desde o fim de 2011. Suas respectivas embaixadas serão reabertas em duas semanas.
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