Síria deve receber mísseis de Moscou no segundo semestre, diz agência russa
Controvérsia, nesta sexta-feira, sobre os equipamentos de defesa já fornecidos pela Rússia à Síria. Hoje, a agência russa Interfax afirma que os sofisticados mísseis antiaéreos S-300 prometidos por Moscou a Assad só poderão ser entregues no segundo semestre, informação também publicada nos jornais de Israel.
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O presidente sírio, Bashar al-Assad, parece convencido de que vencerá a guerra contra os opositores ao seu regime. Sorridente e confiante na vitória, durante a entrevista transmitida ontem por um canal de TV libanês do movimento xiita Hezbollah, Assad falou que recebeu armas da Rússia recentemente e ameaçou abrir um novo fronte de guerra, no Golã, região de fronteira com Israel. Ele também afirmou que poderá tentar a reeleição em 2014 se o povo desejar.
Apesar das críticas da comunidade internacional contra o regime de Damasco, que afundou o país em um conflito que dura mais de dois anos e já matou mais de 80 mil pessoas segundo as Nações Unidas, o presidente Bashar al-Assad não parece disposto a deixar o poder.
Em uma entrevista concedida nessa quinta-feira a um canal de televisão do movimento xiita libanês Hezbollah, o chefe de Estado se disse “muito confiante” na vitória de suas tropas contra os rebeldes e que poderia, inclusive, tentar a reeleição. “Essa questão será decidida na hora certa. Se eu sentir que há uma necessidade de me candidatar e se o povo desejar essa candidatura, eu não hesitarei”, declarou Assad à jornalista do canal al-Manar. “Mas se o povo sírio não quiser, eu não me candidato”, ponderou.
Assad também confirmou, mesmo que implicitamente, ter recebido mísseis de Moscou. “Os acordos assinados com a Rússia não estão ligados à crise. Todos eles serão honrados e uma parte foi honrada recentemente. Nós e os russos continuamos honrando nossos compromissos”, disse o chefe de Estado.
Reações no Líbano
Na entrevista, o Presidente sírio falou sobre o domínio do Regime em locais estratégicos e confirmou ter recebido novos armamentos, com mísseis russos, e ainda disse que irá continuar em seu cargo até as eleições de 2014. Bashar também mostrou-se favorável a possíveis negociações pacíficas, mas de acordo com suas condições.
Após seu discurso, as reações foram imediatas, em vários programas de televisão na televisão libanesa. Políticos da coalizão 8 de março, que reúne o Hezbollah e seus aliados no parlamento libanês, elogiaram o discurso do líder sírio. Já a Aliança 14 de março, força de oposição do ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, acusa o Hezbollah de estar comprometendo a estabilidade do Líbano.
Momentos antes da entrevista, foram ouvidos fogos e tiros por todo subúrbio de Beirute, região favorável a Al-Assad. Mas nas ruas também se viam cartazes e faixas contra o presidente sírio.
Durante toda entrevista, o Líbano ficou mais silencioso, pois grande parte do país, estava diante da tevê assistindo a entrevista. As ruas estavam vazias.
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