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Tragédia/Bangladesh

Após desabamento de prédio, Bangladesh comemora 1° de maio em clima de luto

O Dia dos Trabalhadores foi comemorado em clima de luto em Bangladesh. Dezenas de milhares de manifestantes fizeram uma passeata nesta quarta-feira para exigir a punição dos proprietários de ateliês de confecção localizados no prédio que desabou há uma semana, deixando mais de 400 mortos. Em sua homilia desta quarta-feira, o papa Francisco condenou o "trabalho escravo" no país.

Policiais escoltam o proprietário do imóvel Rana Plaza após sua audiência nesta terça-feira, 30 de abril de 2013,  em Dacca.
Policiais escoltam o proprietário do imóvel Rana Plaza após sua audiência nesta terça-feira, 30 de abril de 2013, em Dacca. Reuters
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Apesar dos apelos da primeira-ministra, Sheikh Hasina, para que mantenham a calma, os habitantes de Bangladesh continuam indignados após o pior acidente industrial da história do país. As autoridades temem atos de violência e vandalismo nas indústrias têxteis.

Segundo o último balanço do exército, que coordenou as operações de resgate, 402 corpos foram encontrados sob as ruínas do Rana Plaza, e 149 pessoas ainda estão desaparecidas.

Milhares de trabalhadores desfilaram hoje na capital e em outras grandes cidades de Bangladesh pedindo a pena de morte por enforcamento para os proprietários dos ateliês de confecção localizados no prédio.

Até agora sete pessoas foram indiciadas por homicídio involuntário. Entre elas, o dono do Rana Plaza e engenheiros que haviam permitido que os empregados voltassem a trabalhar após o aparecimento de rachaduras nas paredes. Os acusados compareceram diante da Justiça usando coletes à prova de balas.

O imóvel abrigava cinco confecções ligadas a marcas ocidentais muito conhecidas, como a espanhola Mango e a britânica Primark.

Críticas

O papa Francisco condenou nesta quarta-feira o "trabalho de escravo" realizados pelas vítimas do desabamento, segundo a rádio Vaticano.

"A manchete que mais me chocou no dia da tragédia em Bangladesh foi 'Viver com 38 euros por mês'. Era isso que ganhavam todas essas pessoas que morreram. É o que chamamos de trabalho de escravo", declarou o papa em sua homilia.

Na última semana o governo de Bangladesh teve que responder a críticas vindas de várias partes. O país está sendo pressionado por empresas de roupas europeias ou americanas para melhorar a segurança dos trabalhadores do setor têxtil. Além disso, as famílias das vítimas suspeitam que o governo tenha recusado ajuda estrangeira para realizar o resgate.

As autoridades anunciaram um plano de inspeção das indústrias mas rejeitam as acusações de negligência nas operações de resgate e recuperação dos corpos.

A União Europeia, maior parceiro comercial de Bangladesh, insistiu nesta terça-feira para que Dacca "aja imediatamente" a fim de fazer com que as normas internacionais de segurança e de saúde sejam respeitadas nas fábricas do país.

O diretor geral adjunto da Organização Internacional do Trabalho, Gilbert Houngo, deve chegar a Dacca nesta quarta-feira para discutir com as autoridades sobre o melhoramento das condições de segurança.

A maior parte das 4.500 indústrias têxteis do Bangladesh estão fechadas há uma semana. Essa paralisação é um golpe duro para a economia do país, que depende dos US$ 20 bilhões gerados anualmente pelo setor.

Em outros países da Ásia, os sindicatos também convocaram os trabalhadores às ruas para denunciar as condições de trabalho ligadas à terceirização e os baixos salários.
 

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