Polícia indiana proíbe protestos após estupro de estudante em ônibus
A polícia indiana proibiu oficialmente nesse domingo novas manifestações no centro de Nova Déli, onde milhares de pessoas têm se reunido há uma semana para protestar após o estupro coletivo de uma estudante em um ônibus da capital. A jovem, que continua hospitalizada, confirmou ter sido violentada por seis homens e em seguida jogada para fora do veículo.
Publicado em: Modificado em:
Após as violentas manifestações que tomaram conta das ruas de Nova Déli no sábado pelo sexto dia consecutivo, a polícia indiana decidiu proibir oficialmente novas manifestações. A região que cerca o Parlamento, o palácio presidencial e os principais monumentos da capital foram protegidos.
Mesmo assim, milhares de pessoas se reuniram na Porta da Índia, um dos locais emblemáticos da cidade. Um grupo de manifestantes também passou a noite de sábado para domingo acampado diante da residência de Sonia Gandhi, a chefe do partido que detém o poder no país. “Eu estou com vocês (...) e justiça será feita”, disse ela durante a madrugada.
O estupro da estudante de fisioterapia de 23 anos chocou a Índia. Ela foi atacada em um ônibus quando voltava do cinema com o namorado na semana passada. Nesse domingo a jovem finalmente pode falar e confirmou os fatos. “Os seis homens me estupraram um após o outro e depois nos jogaram na beira da estrada, onde eu desmaiei”, relatou a vítima. Segundo a polícia, os culpados estavam bêbados no momento do crime.
O episódio provocou uma verdadeira onda de indignação no país, onde os autores de estupros e de agressões sexuais dificilmente são julgados. Durante a semana, o primeiro-ministro Manmohan Singh qualificou o crime de "odioso". A prisão perpétua vigora na Índia para esse tipo de caso, mas alguns manifestantes já pedem a pena de morte para os estupradores no país.
Jornalista morto
Um jornalista foi morto a tiros nesse domingo quando cobria uma manifestação no nordeste da Índia. O protesto foi lançado após outro episódio de agressão sexual na região. Os manifestantes saíram às ruas de Imphal após a atriz Momoko ter sido atacada durante um espetáculo por um homem que tentou estuprá-la.
Os crimes sexuais são cada vez mais frequentes na Índia, principalmente nas grandes cidades. O número de agressões de caráter sexual e estupros dobrou no país entre 1990 e 2008. Segundo as últimas estatísticas divulgadas, uma mulher é estuprada a cada 22 minutos na Índia, e apenas um em cada quatro acusados é condenado.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro