Acessar o conteúdo principal
Síria/Violência

Síria aceita cessar-fogo durante festa muçulmana, diz Brahimi

O emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, anunciou nesta quarta-feira que o governo de Bashar al-Assad aceitou realizar um cessar-fogo durante o feriado religioso de Air el Kebir, a festa do sacrifício. Mas o ministério sírio das Relações Exteriores comunicou que o estado-maior do exército sírio ainda hesita e dará sua resposta somente na quinta-feira. 

O governo da SCrianças refugiadas em uma mesquita de Aleppo; segundo Lakdhar Brahimi, o governo sírio teria aceitado um cessar-fogo temporário durante a festa muçulmana do Aid el-Kebir.
O governo da SCrianças refugiadas em uma mesquita de Aleppo; segundo Lakdhar Brahimi, o governo sírio teria aceitado um cessar-fogo temporário durante a festa muçulmana do Aid el-Kebir. REUTERS/George Ourfalian
Publicidade

Durante uma entrevista coletiva de imprensa no Cairo, o emissário internacional havia afirmado mais cedo ter obtido o consentimento das autoridades sírias. "Após a visita que realizai a Damasco, houve um consentimento do governo sírio a um cessar-fogo para o Aid", disse o ex-diplomata argelino, sem especificar a duração da trégua.

Um pouco mais tarde, ele confirmou ao Conselho de Segurança da ONU, segundo um diplomata citado pela agência France Presse, que o presidente Bashar al-Assad havia aceitado a trégua e que um anúncio oficial será feito nesta quinta-feira. 

O Aid el Kebir, uma das principais festas religiosas muçulmanas, começa nesta quinta-feira e deve durar de três a quatro dias.

Um cessar-fogo precedente, concluído em abril do ano passado, durou apenas alguns dias. O impasse diplomático havia provocado a demissão, alguns meses mais tarde, do predecessor de Lakhdar Brahimi, o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan.

Brahimi se esforçou nos últimos dias para tentar colocar um fim, mesmo temporariamente, aos combates. O projeto de cessar-fogo não faz menção à presença de observadores internacionais para verificar a existência real de uma trégua, um elemento considerado essencial pelos rebeldes.

O grupo fundamentalista Frente Al-Nosra, que reivindicou inúmeros atentados contra o regime sírio, rejeitou nesta quarta-feira por meio de um comunicado a trégua proposta pelo emissário internacional, dizendo desconfiar das intenções do governo de Bashar al-Assad. 

Combates

A aviação síria realiza nesta quarta-feira ataques no norte do país, onde rebeldes e soldados lutam pelo controle da importante base militar de Wadi Deif, onde estão armazenadas armas, munições e combustível.
Vários bairros de Aleppo, a segunda maior cidade do país, também foram bombardeados, e os combates continuam em alguns bairros da capital Damasco.

Ao menos 63 pessoas - das quais 43 civis, incluindo crianças, 13 soldados e 7 rebeldes - morreram vítimas da violência em todo o país, segundo um balanço provisório da ong Observatório Sírio dos direitos humanos (OSDH).

Além disso, 20 cadáveres, incluindo quatro crianças e oito mulheres, foram encontrados em Douma, perto de Damasco. Militantes locais afirmam que eles foram mortos por forças do regime nesta madrugada, de acordo com o OSDH.

A agência oficial Sana acusou "grupos terroristas armados" de ter cometido essa "chacina", evocando o "massacre de 25 pessoas". O ministério ministério da Informação acusou "os terroristas" - termo utilizado pelo regime para designar os rebeldes - de cometerem massacres a cada vez que o Conselho de Segurança da ONU se reúne.

Ao menos seis pessoas foram mortas e vinte outras ficaram feridas na explosão de um carro-bomba em um bairro do sul de Damasco, segundo informações da televisão oficial síria, acusando os "terroristas".
 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.