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França/Síria

França estuda criação de zona de exclusão aérea na Síria

A diplomacia francesa retomou as discussões sobre a possível criação de uma zona de exclusão aérea na Síria. Paris estaria negociando com os governos dos Estados Unidos, Turquia e Reino Unido, mas o projeto precisa ser validado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Enquanto isso a violência continua no país, onde um posto policial na fronteira com o Líbano foi atacado durante a madrugada deste sábado.

Zona de exclusão visa evitar ataques do regime em zonas tomadas pelos rebeldes, como a cidade de Homs.
Zona de exclusão visa evitar ataques do regime em zonas tomadas pelos rebeldes, como a cidade de Homs. REUTERS/Yazen Homsy
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Cogitada em agosto pela comunidade internacional, antes de desaparecer do debate público, a ideia de estabelecer uma zona de exclusão aérea na Síria voltou a ser levantada pela França. O projeto, reivindicado pela oposição síria, visa impedir os ataques aéreos das forças do regime de Bashar al-Assad nas regiões tomadas pelos rebeldes.

Segundo um responsável da diplomacia francesa, Paris, mas também outros atores internacionais, já estariam discutindo a possibilidade. “Nós estamos falando com todos os parceiros, com os turcos, com os norte-americanos, com os britânicos e com os demais. Mas por enquanto ainda não temos a vontade política para montar uma zona de exclusão aérea em um futuro próximo”, explicou o responsável, durante uma conversa com jornalistas em Washington.

O diplomata francês é cauteloso com suas declarações pois tal projeto precisaria da validação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma hipótese pouco provável em razão da oposição da Rússia e da China, membros permanentes do grupo e aliados de Damasco. O próprio ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, declarou em 13 de setembro durante uma visita ao Líbano, que a criação de uma zona de exclusão é irrealista.

Violência continua

Enquanto a comunidade internacional tenta encontrar uma solução para a crise síria, a violência continua no país. Importantes combates foram registrados no oeste da província de Aleppo nas últimas horas e pelo menos 11 soldados do regime e cinco rebeldes teriam morrido no conflito apenas na manhã deste sábado. Durante a madrugada os rebeldes atacaram um posto policial na fronteira com o Líbano. O episódio, que não deixou vítimas, é o segundo e menos de uma semana.

A sexta-feira também foi marcada por protestos. Em Alepo, assim como em Damasco, Idleb, Hama e Dera, várias manifestações foram registradas.

Diplomatas discutem futuro democrático do país

Durante passagem pela Itália nessa sexta-feira, o chefe do Conselho Nacional Sírio prometeu que o país terá um futuro político sem influência religiosa após a saída de Assad do poder. Em uma coletiva de imprensa concedida depois de reunião com o chefe da diplomacia italiana, Giulio Terzi, em Roma, nessa sexta-feira, o chefe do CNS Abdel Basset Sayda declarou que a nova Síria será "um país civilizado, democrático, pluralista e neutro em termos de identidade étnica e religiosa". Ele, que é curdo independente, afirmou que a crise síria chegou a um ponto de "extrema gravidade". A instabilidade, de acordo com ele, deixa toda a região exposta ao "oportunismo de grupos extremistas".

A Itália está envolvida em uma série de negociações tanto dentro quanto fora do território sírio e Terzi acredita que o CNS está disposto a ser o mais inclusivista possível, na eventualidade de assumir o poder pós-Assad. Ele ainda garantiu que a visita do papa Bento XVI ao Líbano no fim de semana passado foi "interpretada na Síria como um sinal de confiança da participação das minorias cristãs no processo de transformação" do país.

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