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Islã/Protestos

Líder do Hezbollah participa de protesto no Líbano contra filme anti-Islã

Milhares de manifestantes libaneses fizeram uma passeata nesta segunda-feira nas ruas da periferia sul de Beirute aos gritos de "Morte à América, morte a Israel" para denunciar "A Inocência dos Muçulmanos", o filme anti-Islã produzido nos Estados Unidos. O líder do Hezbollah fez uma rara aparição pública durante o protesto.

Manifestantes com bandeiras do Hezbollah em protestos nesta segunda-feira em Beirute, no Líbano, contra filme anti-Islã.
Manifestantes com bandeiras do Hezbollah em protestos nesta segunda-feira em Beirute, no Líbano, contra filme anti-Islã. REUTERS
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A manifestação, convocada pelo Hezbollah xiita, foi pacífica, ao contrário dos protestos dos últimos dias em outras capitais árabes, onde várias embaixadas americanas foram atacadas levando a confrontos com as forças de segurança.

"América, escute-nos. Não insulte o nosso profeta" e "América, grande Satã; Israel, inimigo dos muçulmanos" foram alguns dos slogans entoados pelos manifestantes. Muitos carregavam as bandeiras amarelas do Hezbollah ou as bandeiras do movimento Amal, um outro grupo xiita libanês.

Hassan Nasrallah, o secretário-geral do Hezbollah libanês, fez uma rara aparição pública durante a manifestação, que permaneceu longe da representação diplomática dos Estados Unidos.

"Não se trata de um movimento passageiro ou de um desabafo, mas do início de uma mobilização séria que deve continuar por toda a nação islâmica para defender o profeta" Maomé, declarou o líder xiita. "Todos os nossos povos e nossos governantes devem pressionar a comunidade internacional para a adoção de uma resolução internacinoal e de leis nacionais criminalizando todo ataque às religiões monoteístas e aos grandes profetas de Deus", acrescentou ele.

Essa foi a quinta vez que o chefe desse poderoso grupo islâmico armado se mostrou em público nos últimos seis anos, e seu primeiro discurso público desde 2008. Ele vive escondido desde o final da guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah.

A aparição de Nasrallah provocou cenas de delírio na multidão que enchia as ruas de Rweiss, um bairro da periferia sul de Beirute, bastião do Hezbollah. No domingo, ele já havia convocado seus partidários para "mostrar ao mundo inteiro sua cólera" contra a difusão do filme amador "A Inocência dos Muçulmanos". Outros protestos estão previstos durante toda a semana em várias cidades do Líbano.

Na sexta-feira, uma pessoa foi morta em Tripoli, no norte do Líbano, durante uma manifestação contra o filme. A difusão de um trecho da obra na Internet provocou uma série de protestos violentos em todo o muçulmano, que deixaram até agora um saldo de 17 mortos, incluindo o embaixador americano na Líbia.

Recomendação

Os Estados Unidos desaconselharam nesta segunda-feira seus cidadãos de viajarem para o Líbano e suspendeu as autorizações para os estudantes americanos que desejam ir estudar no país.

O departamento de Estado enfatizou os riscos de sequestro de estrangeiros nesse momento em que as violências antiamericanas se intensificaram nos países do mundo árabe. Além disso, a situação no Líbano está cada vez mais tensa devido à proximidade com o conflito sírio.

"Os cidadãos americanos que vivem e trabalham no Líbano devem compreender que aceitam um risco ao permanecerem no país e devem ser prudentes", diz o comunicado do departamento de Estado.

"O risco de violências espontâneas ainda existe no Líbano, onde o governo e as autoridades não são capazes de garantir a proteção dos cidadãos ou dos visitantes caso esses episódios de violência aconteçam", acrescenta o texto.

 

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