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Síria/ONU

Comissão da ONU divulga novo relatório sobre a Síria nesta segunda-feira

A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU para a Síria, chefiada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, divulga nesta segunda-feira seu último relatório sobre o conflito no país no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. No último documento, a comissão afirma que o governo sírio cometeu crimes de guerra e contra a humanidade

Crianças sírias brincam em Aleppo, em agosto de 2012
Crianças sírias brincam em Aleppo, em agosto de 2012 REUTERS/Youssef Boudlal
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O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, chefe da comissão, deve dar os detalhes do novo relatório mensal da ONU durante uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, em Genebra. A situação, desde o último documento publicado no dia 15 de agosto, piorou, e os combates continuam intensos, com ataques sistemáticos impetrados pelo regime de Bachar al-Assad. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 27 mil pessoas morreram no conflito, que teve início em março de 2011.

O novo relatório deve reforçar as denúncias publicadas no documento anterior, onde a comissão afirma, por exemplo, que o governo e as suas milícias cometeram crimes, assassinatos, tortura,além de outras violações sistemáticas dos direitos humanos. De acordo com o documento de 102 páginas, a oposição também cometeu crimes, mas em uma escala bem menor se comparada às autoridades sírias.

Os representantes da ONU também concluem que a utilização de táticas de guerra e métodos brutais contribuiu para uma degradação ainda maior da situação nos últimos seis meses. Um dos exemplos citados é o incidente ocorrido no dia 25 de maio na cidade de Houla, onde os ataques das forças do regime deixaram 100 mortos, sendo que metade das vítimas eram crianças. A Comissão ouviu 1062 depoimentos desde fevereiro.

Mediador da ONU deixa o país

O novo mediador para a Síria, Lakhdar Brahimi, deixou o país neste domingo, depois de se reunir com representantes da oposição. Segundo Jabbar al-Oqaidi, chefe do conselho militar em Aleppo, a missão está fadada ao fracasso, e a comunidade internacional "não quer ajudar o povo sírio.”

Os países continuam divididos em relação às sanções que devem ser impostas aos regime, a começar pelo Conselho de Segurança da ONU. A Rússia e a China, membros permanentes e aliados de Bachar al-Assad, impedem a adoção de soluções mais drásticas, como a criação de uma zona de exclusão aérea, por exemplo. Durante sua visita, o emissário também se encontrou com o presidente sírio no sábado, mas a situação permanece bloqueada. Neste domingo, os combates se intensificaram em Damasco, Aleppo, Hama e Homs, deixando 55 mortos.

Paralelamente, o Irã reconheceu publicamente a presença dos Guardiães da Revolução, a guarda do regime do presidente Ahmadinejad, no Líbano e na Síria. Segundo o governo iraniano, eles estariam atuando como conselheiros militares, mas de acordo com o vice-presidente iraquiano Tarek Hachémi, exilado na Turquia, o Irã também utiliza o espaço aéreo iraquiano para fornecer armas para o regime sírio.

 

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