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Síria/Conflito

Novo mediador para a Síria se reúne com Bachar al-Assad

O novo mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, reuniu-se pela primeira vez neste sábado com o presidente Bachar al-Assad, na tentativa de negociar uma saída para o conflito. Brahimi disse ao chefe de Estado sírio que a guerra civil no país é uma "ameaça para o mundo", e prometeu redobrar os esforços em busca de um cessar-fogo e uma transição política.

O mediador internacional para a Síria, Lakdar Brahimi, reuniu-se com o presidente Bachar el-Assad neste sábado, em Damasco
O mediador internacional para a Síria, Lakdar Brahimi, reuniu-se com o presidente Bachar el-Assad neste sábado, em Damasco REUTERS/SANA
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Durante o encontro, Bachar al-Assad afirmou que o regime vai cooperar com as iniciativas "sinceras" para solucionar a crise no país, desde que sejam "neutras e independentes." Para ele, uma solução política depende dos países que "apoiam os rebeldes, financiam, treinam os terroristas e deixam as armas entrarem na Síria", declarou. Logo depois da reunião com o chefe de Estado sírio, Brahimi declarou que entraria em contato com os membros do comitê Quadripartite, que reúne o Egito, o Irã, a Árabia Saudita e a Turquia. "São países que tem interesses e influência na questão Síria", disse o emissário.  "Não acho que haja antagonismo em nosso trabalho." De acordo com a TV Síria, o mediador se comprometeu a respeitar o acordo de Genebra, assinado em julho.

O mediador para a Síria chegou nesta sexta-feira a Damasco e também se encontrou com membros do Comitê para a Mudança Nacional e Democrática, que representa os partidos nacionalistas curdos, socialistas e marxistas. "O plano de Annan será melhorado, com novas medidas. Não há saída para esse conflito sem um compromisso árabe, regional e internacional", declarou o porta-voz do comitê, Hassan Abdel Azim.

Desde a saída do emissário Kofi Annan, o impasse continua. O representante da ONU nunca obteve a aplicação do plano de paz, articulado com a Liga Árabe, que prevê o fim da violência e uma transição política pacífica no país. Uma das grandes dificuldades é a obtenção de um consenso da comunidade internacional em relação à saída de Bachar al-Assad. Os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha e os países do Golfo e a Turquia exigem que o presidente sírio deixe o poder, mas a China, a Rússia e o Irã, aliados da Síria, são contrários à essa exigência, o que praticamente inviabiliza o diálogo com a oposição. A própria Declaração de Genebra, assinada em julho, determina os princípios de uma transição, mas não explicita se Assad deve ou não deixar o poder.

Ataques continuaram neste sábado

Neste sábado, os ataques continuaram na Síria, principalmente no subúrbio da capital, Damasco. O regime enviou soldados para os combates no sul da cidade, nos arredores de Hajar al-Aswad e perto do campo de refugiados palestinos de Yarmouk, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Em Aleppo, helicópteros atacaram um posto de polícia no leste da cidade, que também sofreu bombardeios.

Na província de Deraa, houve violentos confrontos entre os rebeldes e as forças governamentais, que tentam retomar a região de Lajjat, considerada como um dos redutos dos opositores. Neste domingo, tem início o ano letivo na Síria, mas a situação é dramática: mais de duas mil escolas foram destruídas e outras centenas são utilizadas como abrigos, segundo a UNICEF. Em visita ao Líbano, o papa Bento 16 pediu nesta sexta-feira a interrupção do fornecimento de armas para o regime. Desde março de 2011, mais de 27 mil pessoas morreram n a Síria, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

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