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Coreia do Sul/Religião

Após morte do reverendo Moon, Igreja da Unificação prepara funeral grandioso

Algumas horas após o anúncio da morte de seu fundador, o reverendo Sun Myung Moon, a Igreja da Unificação já prepara um funeral grandioso em Gapyeong, a leste de Seul, na Coreia do Sul, onde está localizada a sede do movimento religioso. Milhares de pessoas são esperadas para a cerimônia, marcada para o dia 15 de setembro.

O reverendo Moon preside uma cerimônia de casamento coletiva em foto de outubro de 2010.
O reverendo Moon preside uma cerimônia de casamento coletiva em foto de outubro de 2010. REUTERS/Lee Jae-Won
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Um altar será construído em uma grande sala do complexo da Igreja da Unificação em Gapyeong, onde os fieis e os visitantes serão acolhidos a partir desta quinta-feira.

Bo Hi Park, um integrante do movimento religioso que durante décadas foi muito próximo de Moon, estima que dezenas de milhares de fieis, incluindo muitos estrangeiros, irão prestar homenagem aos restos mortais do fundador.

"A maior delegação que convidamos vem do Japão, cerca de 30 mil pessoas. Não sabemos quantos virão dos Estados Unidos", declarou Park à agência France Presse.

A Igreja da Unificação declara ter cerca de três milhões de fieis em 200 países, mas os especialistas julgam que esse número é exagerado e estimam que a congregação seja formada atualmente por algumas centenas de milhares de pessoas.

Desenvolvimento local

O reverendo Moon morreu na madrugada desta segunda-feira, no horário da Coreia do Sul, aos 92 anos de idade. O bilionário havia sido hospitalizado há mais de duas semanas devido a complicações após uma pneumonia. A Igreja da Unificação havia anunciado na última sexta-feira que Sun Myung Moon havia entrado em "uma fase irreversível".

Os habitantes da cidade de Gapyeong, incluindo aqueles que não fazem parte da igreja, participam das homenagens ao reverendo, enfatizando sua contribuição à economia local.

"Essa região era isolada e pouco desenvolvida, mas desde que a igreja se instalou aqui, assistimos a enormes mudanças", disse Do Kyu-Nam, prorietário de um pequeno comércio na cidade.

Ocupando milhares de hectares, o complexo da Igreja da Unificação inclui escolas, centros de formação e um hospital, onde o líder religioso estava internado desde o mês passado devido a uma pneumonia.

Trajetória

A organização religiosa que o reverendo Moon fundou em 1954, após ter sido rejeitado pelas igrejas protestantes sul-coreanas, é uma das mais controversas do mundo e é considerada uma seita em vários países.

A Igreja da Unificação é famosa por casamentos coletivos de milhares de casais. Suas ramificações no mundo dos negócios vão do setor da construção civil à educação e à mídia, incluindo o jornal Washington Times, e englobam ainda o setor da alimentação, da engenharia e até uma montadora de automóveis na Coreia do Norte.

Sun Myung Moon nasceu em uma família de agricultores em uma região que hoje pertence à Coreia do Norte. Ele afirmou que aos 15 anos teve uma visão de Jesus Cristo, que lhe disse de continuar sua missão interrompida pela crucificação.

O reverendo Moon teve 14 filhos. O mais jovem de seus sete filhos do sexo masculino, Hyung Jin Moon, assumiu a liderança da Igreja da Unificação em 2008, aos 28 anos.

O movimento religioso, cujo nome oficial é Federação Familiar para a Paz no Mundo e a Unificação, é qualificado por seus críticos de seita que pratica a lavagem cerebral em seus adeptos. A organização rejeita essa acusação.

Seus ensinamentos se baseiam na Bíblia mas incluem novas interpretações do texto que foram condenadas como heréticas pela Igreja católica.

No Brasil, o Reverendo Moon possuía terras no Mato Grosso do Sul e chegou a ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa do estado em 2002. O polêmico líder religioso também foi alvo de investigações nos Estados Unidos, onde foi preso por evasão fiscal nos anos 80.

O Reverendo Moon cultivou ao longo da vida relações com líderes mundiais, tendo encontrado o ex-ditador da Coreia do Norte, Kim Jung-Il, e os ex-presidentes americanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George W. Bush.

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