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Síria/Violência

Ataque da aviação síria deixa ao menos 60 mortos em Damasco

Um ataque aéreo realizado nesta segunda-feira por um caça da aviação síria deixou ao menos 60 mortos na região leste de Damasco, em sua maioria civis, segundo os rebeldes da capital. A comunidade internacional condenou o massacre de Daraya e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu uma investigação "imediata e imparcial". O presidente francês François Hollande afirmou que o uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad seria "um motivo legítimo de intervenção direta" da comunidade internacional.

Integrantes do Exército Sírio Livre levantam bandeira islâmica durante combate o exército fiel ao regime de Assad na região de Damasco.
Integrantes do Exército Sírio Livre levantam bandeira islâmica durante combate o exército fiel ao regime de Assad na região de Damasco. Reuters
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Os insurgentes dizem que o ataque aéreo visava os bairros de Zemalka e Sakba, na região leste de Damasco, onde os combatentes do Exército Sírio Livre haviam tomado durante o dia vários pontos de controle mantidos pelo exército fiel ao presidente Assad. A maioria da população desses dois bairros é sunita.

Em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, os bombardeios continuam sobre os bairros controlados pelos rebeldes. Ao menos 154 pessoas morreram em todo o país nesta segunda-feira, segundo um balanço da ong Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Condenação

O  OSDH anunciou neste domingo a descoberta de ao menos 320 corpos em Daraya, uma localidade a sete quilômetros ao sul de Damasco, especificando que a maioria das vítimas havia sido morta durante uma operação militar em curso há cinco dias.

"O secretário-geral ficou chocado com essas informações e condena com firmeza esse crime brutal e horroroso", declarou o porta-voz de Ban Ki-moon. "É preciso investigar imediatamente, de maneira independente e imparcial", acrescentou.

A França também se declarou "profundamente chocada", enquanto o governo americano disse ver em DAraya "uma nova e assustadora prova da repressão brutal de Assad". A União Europeia também condenou o massacre cujas circunstâncias "ainda não estão totalmente claras".

Um porta-voz da brigada rebelde de Badr, Omar al-Qabouni, afirmou que seus homens haviam abatido um helicóptero do exército para "vingar" Daraya.

França

O presidente François Hollande preveniu que o uso de armas químicas pelo regime de Assad seria "um motivo legítimo de intervenção direta" da comunidade internacional. Ele também garantiu que "A França reconhecerá o governo provisório da nova Síria" assim que for formado. Já Washington avaliou que a oposiçéao deve se organizar melhor antes de começar a formar um governo provisório.

O presidente francês também criticou a Rússia e a China, dois aliados de Damasco que vetaram resoluções sancionando o regime pela repressão, cuja atitude "enfraquece", segundo ele, a capacidade do Conselho de Segurança da ONU na crise.

Hollande também confirmou que Paris "está trabalhando" em colaboração com seus parceiros para criar "zonas tampão" na Síria. A Turquia sugeriu recentemente que a ONU instale campos de refugiados "nas fronteiras da Síria" para conter e proteger o fluxo de sírios que escapam da violência.

Uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU está marcada para esta quinta-feira para discutir sobre ajuda humanitária e a instalação de passagens seguras, na falta de um consenso sobre a solução do conflito devido a divergências sobretudo entre o Ocidente e a Rússia.

Egito

O presidente egípcio Mohamed Morsi fez um apelo para que os países aliados da Síria, como a Rússia e a China, ajudem a expulsar o presidente Bashar Al-Assad. "É hora de acabar com o banho de sangue, do povo sírio retomar seus plenos direitos e desse regime que assassina seu povo desaparecer de cena", disse Morsi.

O dirigente egípcio fez a declaração às vésperas de sua visita nesta semana ao Irã e à China, dois Estados que com a Rússia se opõem aos apelos dos países ocidentais e de certos países árabes para colocar um fim ao regime de Bashar al-Assad. "Não há lugar para um diálogo sobre reformas, a discussão deve tratar de mudança", acrescentou Morsi.

 

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