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Africa do sul/mineiros

África do Sul presta homenagem a mineiros mortos pela polícia

A mina de Marikana foi palco, nesta quinta-feira, de uma homenagem aos 34 mineiros grevistas mortos há uma semana pela polícia da África do Sul. O episódio reacendeu na memória dos sul-africanos a lembrança dos piores momentos vividos pelo país durante o apartheid. Cerca de 500 pessoas se reuniram próximo à mina de platina, desde então conhecida como "colina do horror", onde a polícia acabou matando 34 mineiros que reivindicavam aumentos salariais.

Minas da África do Sul liberam empregados para participarem das cerimônia em homenagem às vítimas de massacre
Minas da África do Sul liberam empregados para participarem das cerimônia em homenagem às vítimas de massacre REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Desde a última segunda-feira, toda a África do Sul está de luto e as bandeiras dos palácios oficiais continuam a meio-mastro. A maioria das minas liberou os empregados para que eles prestassem homenagem aos mortos. A multidão, muitos deles parentes e amigos das vítimas, entoou cânticos e orações, além de depositarem flores sobre um pequeno monumento em homenagem aos mineiros. Apesar do frio do inverno sul-africano, outras cerimônias e homenagens foram organizadas em todo o país, a maioria delas na capital econômica do país, Joanesburgo. "Eles assassinaram nossos filhos, que nada fizeram. Eles não podiam ter morrido dessa forma", lamenta Baba Goloza, pai de dois mineiros mortos no massacre. Goloza acusa de negligência a empresa proprietária da mina, Lonmin.

Membro dos sindicatos e associações dos mineiros estiveram presentes à cerimônia na mina de Marikana, que durou cinco horas. Logo após a cerimônia, colegas das vítimas subiram a colina onde ocorreu a tragédia, com slogans e camisetas e reivindicavam aumentos salariais ao mesmo tempo que um helicóptero da polícia acompanhava toda a manifestação.

A tragédia dos grevistas de Marikana revelou as condições precárias às quais são submetidas os mineiros na África do Sul e os baixos salários que eles recebem. O presidente Jacob Zuma criou uma comissão encarregada de investigar a matança dos grevistas. Apesar do anúncio, o presidente continua a ser criticado por favorecer os interesses dos proprietários das minas e esquecer os trabalhadores.

Representantes da empresas que exploram os recursos minerais do país temem que a insatisfação e paralisações se alastrem por toda a África do Sul. A primeira produtora mundial de platina, Anglo Platinum, anunciou que seus mineiros pedem aumento salarial, assim como os colegas da mineradora Impala Platinum, número dois do setor. A mineração representa 6% do PIB da África do Sul.

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