Novo mediador para Síria busca apoio do Conselho de Segurança da ONU

Nomeado nesta sexta-feira, Lakhdar Brahimi, o novo mediador internacional para a Síria espera esclarecer qual será o apoio que terá do Conselho de Segurança da ONU, e declarou que ainda é “cedo” para afirmar que Bachar al-Assad deve deixar o poder.

Lakhdar Brahimi substitui Kofi Annan como mediador da crise Síria. REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah/Files

O diplomata argelino substituirá o emissário Kofi Annan, até então responsável pela aplicação do plano de paz da Liga Árabe, que nunca pôde ser efetivada. Brahimi afirmou que o Conselho de Segurança da ONU é fundamental para colocar um fim ao impasse nas negociações com o regime sírio. “Sem apoio, não tenho como trabalhar para isso. Hoje seus membros estão divididos, mas podem se unir, e espero que farão isso’’, disse em entrevista à imprensa francesa. Ele deve viajar a Nova Iork nos próximos dias e depois deve ir para o Cairo.

Enquanto os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha são favoráveis às sanções e não descartam uma intervenção militar, a Rússia e a China, tradicionais aliadas do regime sírio, já disseram que, como membros permanentes do Conselho, vão usar seu poder de veto para impedir qualquer iniciativa neste sentido.

O diplomata argelino não pediu a saída de Bachar al-Assad, como fez Kofi Annan quando foi designado ao cargo. Segundo ele, "ainda é muito cedo para tomar qualquer tipo de decisão.’’ Brahimi disse que ainda não falou com Assad, mas que o encontraria no momento certo. "É um princípio de base : não se recusar a falar com quem quer que seja para comprender melhor a situação."

O novo mediador para a Síria se recusou a comentar o fracasso do plano de Kofi Annan, dizendo que faria o possível para resolver o conflito, que já deixou 23 mil mortos. "São os sírios que farão a guerra ou a paz, ninguém mais. E nós estaremos aqui para tentar ajudá-los, se aceitarem nossa ajuda."

Observadores da ONU deixam país no domingo

O Conselho de Segurança da ONU já havia anunciado na quinta-feira o fim da missão que reúne observadores militares na Síria. Segundo Edmond Mulet, sub-secretário geral das operações de manutenção da paz, a ONU manterá no país um escritório de cerca de 30 especialistas políticos, que teve a aprovação do regime sírio.