Militares franceses retomam controle de garimpo e buscam grupo de brasileiros suspeitos

As autoridades da Guiana Francesa anunciaram nesta quinta-feira que retomaram o controle do garimpo de Dorlin, onde dois militares franceses foram assassinados duas semanas atrás e os principais suspeitos são garimpeiros clandestinos brasileiros.

Garimpo clandestino em Saint-Elie. Frédéric Farine/ RFI

Em cooperação com policiais do Suriname, a polícia francesa procura oito brasileiros suspeitos da morte dos militares franceses e de terem provocado ferimentos graves em dois policiais no último dia 27 de junho. O líder da gangue, identificado como Manoel Moura Ferreira, o Manoelzinho, de 25 anos, também é procurado por homicídio pela justiça do Suriname.

A violência com que os militares franceses foram abatidos durante uma patrulha, por disparos de metralhadoras e fuzis AR-15, chocou as autoridades francesas. O policiamento nos garimpos foi reforçado e, na semana passada, 57 clandestinos brasileiros foram presos.

A operação policial no garimpo de Dorlin contou com 150 militares. Em cinco horas e meia, eles ocuparam a área, localizada em plena floresta, na região sudoeste da Guiana Francesa, sem enfrentar resistência dos garimpeiros.

O senador da Guiana Jean-Etienne Antoinette quer interpelar o governo brasileiro sobre sua responsabilidade em relação às ações armadas dos cidadãos brasileiros. Segundo o senador, os garimpeiros clandestinos declararam guerra ao Estado francês e um precedente grave foi aberto com o assassinato dos dois militares. Não é mais uma questão de delinquência ambiental, afirmou o senador, e sim um conflito envolvendo bandidos fortemente armados. 

Os clandestinos extraem por ano de 5 a 10 toneladas de ouro na região, o equivalente a 200 a 400 milhões de euros. As autoridades francesas estimam que existam atualmente até 500 áreas de garimpo ilegais no território, uma atividade em expansão pelo aumento constante do preço do metal no mercado internacional.