Chefe do FMI defende impostos contra poluição

Às vésperas da abertura da Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional defendeu uma política fiscal que possa penalizar os poluidores do planeta. Segundo ela, essa seria a melhor maneira de reduzir os estragos feitos no meio ambiente.

Christine Lagarde durante discurso nessa segunda-feira no FMI. REUTERS/Yuri Gripas

A consciência ecológica marcou o discurso da chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) nessa terça-feira em Washington. Christine Lagarde enfatizou que o FMI não é uma organização ambiental, mas que o Fundo poderia contribui no assunto. Para isso, a francesa defendeu a utilização de uma política orçamentária capaz de coibir os grandes poluidores. “Eu penso em taxas ambientais ou sistemas de troca de emissões de gases que provocam efeito estufa" para os países que poluem, explicou.

A diretora-gerente do Fundo acredita que essa seria a melhor maneira para reduzir os estragos no meio ambiente. Além de incitar mudanças de comportamento dos grandes poluidores, “isso poderia reforçar o desenvolvimento de energias limpas”, teoriza. O contexto de crise não foi esquecido pela chefe do FMI, que lembrou que “nesses tempos difíceis para os orçamentos, os países precisam de receitas e esse tipo de taxa ou de instrumento quase fiscal pode dar resultados”.

Essa não é a primeira vez que o FMI se aventura no terreno do meio ambiente, mesmo se a instituição sempre considerou que o tema deveria ser tratado pelo Banco Mundial. Em 2010 o ex-chefe do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, havia apresentado uma proposta de criação de um “fundo verde” destinado a controlar as conseqüências econômicas das mudanças climáticas. No entanto, o projeto não suscitou a adesão dos colegas. A própria Christine Lagarde já havia defendido o projeto de um imposto ecológico (taxa carbono) quando era ministra francesa das Finanças, durante o mandato de Nicolas Sarkozy.