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Síria/ isolamento

Países reduzem presença diplomática na Síria

Face ao impasse na aprovação de uma resolução contra a Síria, diversos países ocidentais e árabes aumentam o isolamento do país através de outras saídas. Reino Unido, a França, a Itália e a Espanha convocaram seus embaixador para consultas e monarquias do Golfo fecharam embaixadas.

Tanque do governo sírio foi destruído ontem em Homs, foco das contestações ao regime do presidente Bashar al-Assad.
Tanque do governo sírio foi destruído ontem em Homs, foco das contestações ao regime do presidente Bashar al-Assad. REUTERS/Stringer
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"Ante o agravamento da repressão conduzida pelo regime de Damasco contra a população, as autoridades francesas decidiram chamar para consultas o embaixador da França na Síria", declarou o porta-voz do ministério, Bernard Valero.

Mais cedo, a Itália também tomou a mesma iniciativa por causa das "violências inaceitáveis realizadas pelo regime de Damasco", segundo o ministério italiano das Relações Exteriores em um comunicado. A embaixada italiana na capital síria permanecerá "aberta e operacional para garantir a assistência aos cidadãos no país e para acompanhar com o maior cuidado os desenvolvimentos da crise muito grave que ocorre no país", explica o comunicado.

A Espanha também convocou o seu embaixador. "O governo da Espanha, por causa do aumento da repressão contra a população civil nos últimos dias na Síria, decidiu convocar para consultas seu embaixador em Damasco", assinala a nota da chancelaria.

Na véspera, o Reino Unido chamado de volta o seu representante na Síria pelo mesmos motivos, segundo anunciou o o ministro das Relações Exteriores, William Hague.

As monarquias árabes do Golfo anunciaram nesta terça-feira sua decisão de expulsar os embaixadores sírios dos seis países do grupo (Arábia Saudita, Barein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar) e de retirar os seus dos postos em Damasco, denunciando "o massacre coletivo" cometido pelo regime.

Em um comunicado, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) pede aos embaixadores da Síria que "deixem imediatamente" os seis países membros do grupo regional, que têm a Arábia Saudita como líder, e anuncia a convocação dos embaixadores em Damasco dos países membros.

"As hesitações do Brasil"

Enquanto isso, na França o jornal Le Monde critica a falta de ação do Brasil na questão síria: continua defendendo uma solução diplomática e negociada, e rejeita qualquer intervenção externa no país. Ainda assim, o texto do correspondente do jornal no Rio de Janeiro elogia a "leve evolução" de Brasília ao ter aprovado, junto com os países do Ibas (India, Brasil e África do Sul), o projeto de resolução elaborado pela Liga Árabe, o que seria reflexo da administração Dilma Rousseff.

Os primeiros a reagir com medidas diplomáticas foram os Estados Unidos. A porta voz do Departamento de Estado Americano, Victoria Nuland, afirmou que “a deterioração da segurança no país, que forçou os Estados Unidos a suspenderem suas operações diplomáticas, deixa claro mais uma vez a inabilidade do regime de Bashar al-Assad de controlar a Siria.”

Essa é mais uma estratégia de potenciais ocidentais para pressionar o regime ditatorial sirio. O ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, prometeu nesta segunda-feira que os países ocidentais permanecerão focados em pressionar a Siria em diversos frontes, “sem se deixarem abalar pelo voto de sábado”.

No sábado, a Rússia e a China vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que exigia o fim imediato da violência no país e pedia a saída do presidente. Com o veto, manifestações aumentaram pelas ruas do país. O governo de Assad insistiu que está combatendo o que chama de “terroristas armados”. Desde o início das manifestações contra o governo ditatorial de Assad, em março do ano passado, mais de 6 mil pessoas foram mortas em todo o país, segundo a ONU.

Ontem, o presidente Barack Obama se mostrou confiante sobre a possibilidade de negociação na Síria sem uma intervenção militar. Os Estados Unidos articulam com países árabes e europeus novas sanções econômicas e diplomáticas contra a Síria.

Com a colaboração de Raquel Krähenbühl, correspondente RFI em Washington
 

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