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Fome/ ONU

Na FAO, José Graziano pede apoio de países para erradicar a fome

Discursando em inglês e espanhol, o novo diretor-geral da FAO, (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o brasileiro José Graziano da Silva, pediu hoje, em Roma, apoio da comunidade internacional para combater a fome no mundo. Graziano reuniu-se com os representantes dos países-membros e convidou todos a uma reaproximação para ajudar a agência.

O brasileiro José Graziano da Silva deu hoje sua primeira coletiva de imprensa depois de assumir a direção-geral da FAO.
O brasileiro José Graziano da Silva deu hoje sua primeira coletiva de imprensa depois de assumir a direção-geral da FAO. REUTERS/Max Rossi
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Rafael Belincanta, correspondente da RFI em Roma

“Eu pedi um apoio adicional (aos países-membros) nesse primeiro semestre, para levarmos adiante a reforma da FAO, torná-la mais eficiente e poupar recursos da burocracia e poder ter uma atuação mais forte, mais presente, nos países”, afirmou hoje, em sua primeira entrevista coletiva depois que assumiu o cargo, no domingo.

Esse apoio é fundamental neste período no qual as finanças da FAO não vão bem. O corte no orçamento da própria ONU também se fez sentir em Roma. Além disso, muitos países-membros estão em débito com a Organização. O maior doador, os Estados Unidos, retem recursos em Washington e defende a reforma da organização, após três mandatos consecutivos de 18 anos de seu antecessor, o senegalês Jacques Diouf.

Graziano reafirmou que pretende promover uma mudança de rota no combate à fome. Os países “do coração da África” e os do Chifre da África terão prioridade. Neste mês, ele vai à África para conhecer de perto a realidade dessas duas regiões. Ainda com metas voltadas aos países em desenvolvimento, o brasileiro pretende reforçar a cooperação sul-sul.

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Ouça a entrevista de José Graziano concedida a nosso correspondente em Roma:

“É um instrumento que nós vamos utilizar cada vez mais, para mobilizar não recursos financeiros, mas sobretudo técnicos. Alguns países do sul, que têm condições muito similares de alguns países africanos e asiáticos, apresentam um acúmulo de conhecimento”, argumentou o diretor-geral, citando os exemplos da Embrapa e do Inia, do Brasil e da Argentina.

Com a experiência de ter sido representante da FAO na América Latina, Graziano defendeu a descentralização da organização e anunciou que 2014 será o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Ainda lembrou que, com a experiência no programa Fome Zero, executado quando era ministro-extraordinário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aprendeu que não existe fórmula mágica para combater a fome. “É preciso investir em produção e consumo local”, argumentou.

Graziano foi eleito diretor-geral da FAO em junho do ano passado e ficará no cargo até julho de 2015.

 

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