Anistia aponta crimes de guerra de kadafistas e rebeldes na Líbia
Em relatório publicado nesta terça-feira, a Anistia Internacional acusa o regime de Muammar Kadafi de vários crimes contra a humanidade. Segundo a Anistia, os combatentes rebeldes também cometeram abusos para chegar ao poder na Líbia.
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A Anistia Internacional expõe diversos exemplos de violações cometidas pelo regime de Kadafi, mas também destaca que o Conselho Nacional de Transição (CNT) não parece disposto a responsabilizar os combatentes rebeldes por violações dos direitos humanos.
No documento de 122 páginas, a organização afirma que o Conselho enfrenta a difícil tarefa de controlar os combatentes da oposição e os grupos paramilitares responsáveis por graves violações dos direitos humanos, incluindo possíveis crimes de guerra. O CNT estaria se mostrando reticente em responsabilizar esses grupos.
Os combatentes da oposição teriam sequestrado, torturado e assassinado ex-membros de forças de segurança leais a Kadafi. Eles teriam também capturado soldados e cidadãos estrangeiros acusados erroneamente de serem mercenários contratados pelo regime para defender o ex-ditador.
Entre os exemplos de violação dos direitos humanos, o informe destaca um caso ocorrido no começo da rebelião, quando soldados de Kadafi capturados pelos insurgentes teriam sido espancados até a morte. Outros ainda foram enforcados e executados mesmo depois de terem se rendido.
No entanto, a Anistia Internacional reconhece que os crimes de guerra cometidos pela oposição são de menor escala comparados aos cometidos durante os mais de 40 anos do regime de Kadafi. O documento pede que as novas autoridades líbias criem medidas que coloquem a questão dos direitos humanos como base do seu programa de governo.
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