Acessar o conteúdo principal
Egito/Manifestações

Egito vive manifestações gigantes contra presidente Hosni Mubarak

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas no Cairo, em Alexandria e Suez, em protesto contra o regime de Hosni Mubarak. Considerando a mobilização legítima, as forças armadas anunciaram seu apoio ao movimento e não enfrentaram os manifestantes. A oposição recusa qualquer diálogo enquanto o presidente estiver no poder.

As ruas do centro do Cairo foram tomadas nesta terça-feira na maior mobilização desde o início dos protestos.
As ruas do centro do Cairo foram tomadas nesta terça-feira na maior mobilização desde o início dos protestos. Reuters
Publicidade

Após uma semana de manifestações pedindo a saída do presidente Hosni Mubarak, centenas de milhares de egípcios saíram às ruas das principais cidades do país na mais importante mobilização desde que os protestos começaram. Homens, mulheres, crianças e até mesmo pessoas idosas participaram da mobilização, gritando slogans como “Fora Mubarak” ou “Sua cabeça vai rolar”. Apesar das palavras de ordem violentas, a marcha foi realizada em clima de festa.

Apoiados pelas forças armadas, que prometeram não atirar contra os manifestantes, os egípcios puderam manifestar sem que nenhum incidente importante fosse registrado. O líder da oposição, Mohamed El Baradei, pediu que o Mubarak deixe a presidência até sexta, mas o chefe de Estado, há 30 anos no poder, não parece disposto a abandonar o cargo.

Organização sem internet

O último provedor de acesso à internet que ainda estava operacional no país foi cortado, na tentativa de impedir a organização da marcha. Mas os egípcios usaram a criatividade e além do boca a boca, meios de comunicação como fax, rádio amador,modems discados e até código morse ajudara a organizar o protesto.

O site de buscas Google anunciou um novo serviço para permitir o envio de mensagens pelo Twitter, sem precisar recorrer à internet. Os egípcios vão poder compor um número telefônico e deixar uma mensagem vocal, que será traduzida automaticamente em texto no Twitter.

Diante da situação, diversos países, entre eles Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita e China enviaram aviões para repatriar seus cidadãos. Em plena temporada turística, milhares de estrangeiros estão bloqueados no Egito.

Reações internacionais

Os Estados Unidos pediram novamente a calma no país, enquanto os ministros europeus das Relações Exteriores clamam reformas democráticas no Egito. Já do lado do mundo árabe, Amr Moussa, chefe da Liga Árabe, pede uma transição pacífica. O chefe da diplomacia iraniana, Ali Akbar Salehi, denunciou a ingerência norte-americana e acredita que a revolta no Egito pode ajudar a criar « um Oriente Médio islâmico”. Na manhã desta terça, o Fundo Monetário Internacional disse que pode ajudar o Egito a reconstruir sua economia.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.