Cristãos coptas celebram natal em clima de tensão
Os cristãos coptas celebram na noite de hoje o seu Natal. A comunidade teme novos ataques depois do atentado suicida organizado pela rede Al Qaeda no dia 1° de janeiro, que matou 23 pessoas e deixou uma centena de feridos em uma igreja na Alexandria, no Egito. Na França, Alemanha e Grã-Bretanha, as igrejas coptas estão sob proteção policial.
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Nos últimos dias, grupos terroristas islâmicos multiplicaram as ameaças contra a comunidade copta, que tem igrejas espalhadas em diversas regiões do mundo e 16 milhões de fiéis, sendo que a maior parte deles está no Egito. Criada no século 1 pelo apóstolo Marcos, a igreja copta tem seu próprio Papa, Shenouda III.
Especialistas como Paul Salem, dirigente da fundação Carnegie, em Beirute, temem que os ataques se tornem incontroláveis no Egito, como já são no Iraque, onde os cristãos são alvos constantes de grupos terroristas islâmicos. Segundo ele, as tensões sociais, políticas e econômicas no país facilitam o aumento da violência e fortalecem o extremismo.
Para o Papa copta, os fiéis de sua igreja se sentem cada vez mais marginalizados. Recentemente, as autoridades proibiram a construção de uma nova igreja no Cairo, o que provocou um tumulto entre os coptas e forças de segurança.
De acordo com a polícia egípcia, que prendeu sete suspeitos do atentado do dia primeiro, a bomba que explodiu em Alexandria era idêntica ao artefato utilizado nos atentados do Cairo, em 2009, que matou uma jovem turista francesa.
Segurança reforçada na Europa
Na Europa, as autoridades se mobilizam para evitar novos atentados. Na França, onde vivem 45 mil coptas, a brigada antiterrorista investiga ameaças publicadas na Internet, inclusive em redes sociais, contra as 19 igrejas no território francês.
Na Alemanha, as autoridades também alertaram o bispo da igreja copta local, Anba Damian, do risco de atentados. Em Londres, onde vivem 20 mil coptas, duas igrejas foram ameaçadas.
Para a historiadora do Instituto de Altos Estudos de Ciências Sociais da França, Djanira Couto, a nova estratégia da Al Qaeda, diante da dificuldade de atacar alvos no Ocidente, é visar o que ela chama de "comunidades interpostas" cristãs.
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