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Após documentário, fãs franceses movem ação contra supostas vítimas de Michael Jackson

Três associações francesas de fãs de Michael Jackson apresentaram uma ação contra as testemunhas do documentário "Leaving Neverland". A ação, que os acusa de “atentar contra a memória de um morto”, foi rapidamente defendida na manhã desta quinta-feira (4), em um tribunal de Orleans, no centro da França.

Michael Jackson em um show em Viena, na Áustria, em 1997.
Michael Jackson em um show em Viena, na Áustria, em 1997. REUTERS/Leonhard Foeger
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Os acusados não se pronunciaram e não foram representados na audiência, que durou cerca de dez minutos.

O tribunal apresentará sua decisão no dia 04 de outubro, desde que o advogado de acusação possa provar que as testemunhas implicadas foram realmente participadas da ação. Caso contrário, a audiência será retomada em seis meses.

No documentário "Leaving Neverland", divulgado pelo canal americano HBO antes da difusão mundial, Wade Robson e James Safechuck afirmam terem sido vítimas de abusos sexuais repetidamente por parte da estrela pop, quando eram menores de idade, em sua propriedade próxima a Los Angeles.

Acusações desmentidas

As declarações de pedofilia aconteceram quase uma década após a morte do cantor. Essas acusações foram desmentidas pelo próprio cantor, quando vivo, que nunca sofreu qualquer condenação.

Alegando um “verdadeiro linchamento”, Emmanuel Ludot, advogado dos fãs franceses, estima que os dois homens “se envolveram em um ataque grave e característico à memória de uma pessoa morta", afirma o texto da ação consultado pela AFP. “A imagem do falecido é atingida, assim como toda a comunidade de fãs de Michael Jackson”, disse Ludot.

Fãs de todo o mundo

Em um comunicado, um dos defensores de Michael Jackson, John Branca, afirma que eles“apoiam completamente os esforços de Ludot por Michael e de seus fãs na França e em todo o mundo para que a verdade prevaleça”.

Ainda que na França a difamação ou injúrias contra a memória de um morto possam ser caracterizadas como crime, o mesmo não acontece nos Estados Unidos ou no Reino Unido, por exemplo, lembra Branca. Ele espera que uma vitória no país possa contribuir para mudanças na lei americana relativa à proteção de pessoas falecidas.

As três associações, Michael Jackson Community, MJ Street e On the line, reclamaram, cada uma delas, apenas um euro simbólico, na expectativa de uma “condenação por princípios”. “É importante para nós que estas duas pessoas entendam que elas não podem sujar sua memória”, explicou Myriam Walter, presidente da associação Michael Jackson Community.

Médico condenado

Em 2014, a mesma associação conseguiu a condenação de Conrad Murray, médico pessoal de Michael Jackson, com o pagamento de um euro simbólico a cinco fãs, por prejuízo moral.

Acusado nos Estados Unidos por ter provocado a overdose medicamentosa do cantor, o médico já havia sido condenado a quatro anos de detenção por homicídio involuntário em 2011, sendo liberado em 2013.

Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos, em Los Angeles.

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