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COP 23

Clima: COP23 termina sem avanços e adia decisões para 2018

A Conferência do Clima da ONU (COP23) se encerrou nesta sexta-feira (17) com inúmeras questões a serem resolvidas para lutar contra as mudanças climáticas. Os participantes não conseguiram redigir o regulamento do Acordo de Paris, um dos objetivos principais desta edição do evento, e deixaram as negociações em aberto até 2018

Manifestação durante a COP23, que terminou seu nenhum avanço concreto sobre o regulamento do Acordo de Paris.
Manifestação durante a COP23, que terminou seu nenhum avanço concreto sobre o regulamento do Acordo de Paris. REUTERS/Wolfgang Rattay
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Os representantes de quase 200 nações reunidas em Bonn durante duas semanas pretendiam concluir o regulamento do histórico Acordo de Paris, para impedir que a temperatura do planeta aumente mais de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Mas outros aspectos provocaram, mais uma vez, divergências entre países ricos e em desenvolvimento, emperrando o processo.

O trabalho complexo sobre o regulamento que define os critérios de controle mútuo de emissões de gases que provocam o efeito estufa, os prazos de ajuda técnica, e o financiamento a longo prazo das medidas, entre outras coisas, foi apenas esboçado, com um rascunho que pode chegar a centenas de páginas. Os negociadores já reconhecem abertamente que precisarão de no mínimo outra sessão para diminuir o texto, antes de dezembro de 2018.

Bonn foi apenas uma etapa intermediária

A COP23 de Bonn foi uma etapa intermediária da negociação, segundo os participantes. As maiores dificuldades "são os métodos de implementação [do Acordo], não apenas o acesso a financiamento e recursos, mas a transferência de tecnologias e gestão de capacidades" para ajudar os países em desenvolvimento, explicou a chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa, que representa o G77 e a China (134 países).

O Fundo Verde, criado na COP de Cancún, em 2009, é um exemplo disso. "Já se passaram oito anos, esperavam-se US$ 100 bilhões anuais, e isso não aconteceu. O que há até agora são US$ 6 bilhões", criticou.

A chanceler equatoriana assegurou que, apesar das incertezas criadas pelo afastamento de Washington, que abandonou o Acordo, o desejo ao encerramento desta COP23 era de não desistir. "Apesar de algumas tensões, acho que vamos sair com um amplo programa de ação" de Bonn, indicou Espinosa.

"Não posso prever o resultado, mas nossas expectativas são de que estamos indo por um bom caminho", acrescentou Manuel Pulgar-Vidal, ex-ministro peruano e responsável do programa sobre mudanças climáticas da organização WWF.

Após a entrada em vigor do Acordo de Paris, no ano passado, "esta era a primeira COP para compartilhar ideias, para dar sentido a elas, embora não acho que tenhamos feito o suficiente em torno do regulamento", explicou Mohamed Adow, da ONG Christian Aid.

Estados Unidos participam das negociações, mas não contribuem

Maior emissor de CO2 do mundo e um dos maiores financiadores da ajuda climática, os Estados Unidos ainda comparecem às negociações, mas seu papel mudou totalmente desde que o presidente Donald Trump anunciou, em junho, que o Acordo de Paris prejudica os interesses nacionais americanos. "Com a saída de Trump, é como se as estrelas tivessem nos abandonado", disse à AFP Seyni Nafo, um negociador do grupo de nações africanas.

"É como se nos faltasse o coração. A posição dos Estados Unidos influencia os outros países desenvolvidos, o que tem consequências para as posições que os países em desenvolvimento adotam. Todo o mundo se vigia mutuamente", indicou.

(Com informações da AFP)

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