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Luiz Loures, da Unaids: “Jovens pensam que epidemia da Aids é coisa do passado”

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Começou neste domingo (23) em Paris o 9° IAS – Congresso Mundial de Pesquisa Científica sobre a Aids. Durante quatro dias, cerca de 5 mil especialistas debatem e apresentam os avanços na luta contra o vírus HIV. O médico brasileiro Luiz Loures, diretor Executivo Adjunto do Unaids, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, que participa do evento, fala das prioridades no combate à epidemia.

Luiz Loures é diretor Executivo Adjunto do Unaids, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS.
Luiz Loures é diretor Executivo Adjunto do Unaids, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS. www.unaids.org
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Apesar dos protestos contra a ameaça de corte no orçamento da pesquisa sobre o HIV nos Estados Unidos, que agitaram o congresso antes mesmo de sua abertura, o evento parisiense começa com alguns números positivos. O primeiro deles é que as mortes relacionadas à Aids diminuíram cerca de 50% na última década. Além disso, “a boa notícia que temos é que a metade das mais de 36 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo têm acesso a tratamento”, comenta Loures. “Essa é uma mudança fundamental, e que não era o caso há poucos anos”, ressalta.

Além do acesso ao tratamento, a Unaids tem apoiado as novas linhas de prevenção à Aids, com profilaxia de pré-exposição, conhecida como PrEPS. Esse protocolo, que deve ser administrado diariamente, tem como objetivo proteger no caso de uma possível exposição ao vírus. Estudos apontam que as PrEPS impediram em mais de 90% dos casos a infecção pelo vírus HIV. “Não é a solução, mas, sem dúvida, um grande avanço do ponto de vista da proteção das populações mais vulneráveis”, analisa Loures.

No entanto, apesar de alguns avanços, o vírus infectou, apenas em 2016, cerca de 1,8 milhão de pessoas, o que representa uma nova contaminação pelo HIV a cada 17 segundos. Esses números chamam a atenção para uma certa banalização do vírus, provocada em parte pelas melhores condições de sobrevivência dos soropositivos, graças aos antirretrovirais, medicamentos que impedem o avanço da doença. “A complacência com a Aids é sem dúvida um desafio. Talvez o mais importante hoje, principalmente em relação aos jovens, que estão frente a um risco que eu considero inaceitável depois de 30 anos de epidemia e tanto conhecimento e de tanta ciência”, continua o diretor Executivo Adjunto do Unaids.

Atualmente mais de um terço das pessoas contaminadas não sabem que são portadoras do vírus HIV. E a maneira como os mais jovens abordam a doença contribui para esse dado. Segundo Loures, essas populações “têm uma visão da epidemia da Aids como algo do passado, que já acabou” e pensam que fazer o teste para conhecer seu estado sorológico não é importante.

Ouça a entrevista completa clicando na foto acima ou assista o vídeo. 

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