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Vírus da hepatite C é observado pela primeira vez em microscópio

Fato inédito na pesquisa científica mundial, uma equipe francesa conseguiu observar em um microscópio eletrônico o vírus da hepatite C, responsável pela morte de 700 mil pessoas por ano, no mundo. A descoberta espetacular abre caminho para a fabricação de uma vacina.

A observação do vírus da hepatite C foi possível graças à plataforma do microscópio eletrônico da Universidade de Tours acoplada à unidade do Inserm
A observação do vírus da hepatite C foi possível graças à plataforma do microscópio eletrônico da Universidade de Tours acoplada à unidade do Inserm (c) BMJ / British Society of Gastroenterology 2016/Inserm
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Desde que foi descoberto, em 1989, os cientistas tentavam observar o vírus, porém, não conheciam a sua aparência. Aumentado 600 mil vezes em um microscópio eletrônico, ele parece uma pedra deformada com algumas protuberâncias. Anteriormente, equipes americanas pensavam tê-lo descoberto, mas tratava-se de células lipídicas secretadas pelo fígado, superpostas umas sobre as outras.

Para conseguir a proeza científica, os franceses do Inserm - Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica - usaram uma técnica especial: injetaram anticorpos da hepatite C no plasma de doentes e o vírus "se colaram" a eles, revelando sua forma.

O pesquisador Jean-Christophe Meunier, do Inserm, comenta as experiências dos americanos em relação à descoberta do instituto francês: "Acho que eles buscavam algo que se parecesse com os vírus descobertos antes, algo bem regular, bem homogêneo. Nós já partimos de uma estratégia diferente, sem procurar qualquer coisa muito especial e foi isso que nos permitiu ultrapassá-los e, principalmente, ver o que eles não tinham visto", observa.

Esperança de vacina contra hepatite C é real

A equipe explica que, observando os anticorpos no microscópio foi possível reparar, perto deles, uma estrutura que reaparecia a cada teste: o vírus da hepatite C. Conhecer a aparência física do vírus é um passo rumo à vacina. O cientista Eric Pivert, também do Inserm, diz que o estudo mostra que certas proteínas do vírus parecem estar na superfície da partícula. "Elas são visíveis através do sistema imunitário e isso nos permite escolher e definir os componentes do vírus que poderemos utilizar para uma futura vacina", constata Pivert.

Diversos tratamentos foram divulgados para aumentar a chance de cura dos portadores da hepatite C, mas a descoberta inédita dos cientistas do Iserm representa uma grande esperança, em termos bem concretos.

 

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