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Nepal/Terremoto

Nepal: um ano após terremoto, milhões ainda vivem em barracas

No domingo (24), no Nepal, uma série de cerimônias foram realizadas em memória das vítimas do terremoto que devastou o país. Houve também houve muitos protestos da população, revoltada com a lentidão da reconstrução e a falta de ajuda. 

População vive em condições precárias em barracas e abrigos provisórios, apesar de ajuda financeira ter sido enviada.
População vive em condições precárias em barracas e abrigos provisórios, apesar de ajuda financeira ter sido enviada. REUTERS/Navesh Chitrakar
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Foi em 25 de abril de 2015. A terra tremeu no Nepal, um tremor de magnitude 7,8, que matou cerca de 9.000 pessoas, deixou milhares de feridos e destruiu meio milhão de casas.Um ano depois, quatro milhões de habitantes ainda vivem em abrigos provisórios, como testemunham as ONGs Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho..

No domingo, véspera da data da tragédia, uma multidão se reuniu na praça Durbar, na capital Katmandou, um local histórico destruído pelo tremor. Centenas de nepaleses também fizeram um minuto de silêncio perto da torre do século XIX, que desabou.

Reconstruir: processo difícil e caótico no Nepal

Desde o terremoto a população vem protestando por suas condições de vida. Milhões perderam tudo, outros temem reconstruir suas casas e não atender às exigências complicadas impostas pelo governo: um erro e perde-se o direito às indenizações. No entanto, a comunidade internacional se mobilizou para financiar a reconstrução do país, angariando US$4 bilhões. Mas as divisões entre os partidos políticos que controlam esse capital acabaram paralisando a distribuição e a maioria das vítimas recebeu somente uma primeira parcela de ajuda: dos US$2.000 prometidos a cada família, foram pagos apenas US$500. Sem falar que o próprio governo levou meses para divulgar as normas para as casas serem reerguidas. A própria ONU chegou a denunciar o entrave representado pela burocracia.

Ao lado desse drama humano, se agrega a fragilidade da economia com o turismo, uma das principais fontes de renda, totalmente afetado pelo terremoto. A morte de diversos alpinistas no acampamento na base do Monte Everest e de turistas que faziam trekking em Langtang acabou desencorajando os estrangeiros a visitarem o país. O guia de montanha brasileiro Carlos Santalena testemunhou na época para a RFI Brasil.

Diversas ONGs denunciam a desorganização do governo: as obras de escolas e centros de saúde que estavam sendo reconstruídos tiveram que ser interrompidas até que inspetores viessem supervisionar os locais, o que levou meses.

A frase gritada por manifestantes que protestavam em Katmandu ilustra bem a situação: "Os políticos nos palácios, o povo nas tendas".

O terremoto aconteceu no dia 25 de abril, porém, as celebrações foram realizadas no domingo, baseadas no calendário nepalês.
 

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