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Protestos vão exigir resposta à altura do governo Dilma, diz analista francês

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A mobilização histórica realizada neste domingo (13) por todo o Brasil criou um fato político que exige do governo uma reação forte, segundo análise de Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e Caribe, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po).

Gaspard Estrada, do Observatório Político da América Latina da Sciences Po
Gaspard Estrada, do Observatório Político da América Latina da Sciences Po RFI
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“O que está em jogo hoje em dia, vai muito além da popularidade de Dilma Rousseff, é a existência de seu governo”, diz. Para Estrada, uma questão essencial para a sobrevivência do governo será a definição do PMDB, que, em sua convenção de sábado (12), deu um prazo de 30 dias para a direção do partido decidir se deixa ou não a base aliada do governo.

“A sinalização feita pelo PMDB de talvez desembarcar da base aliada do governo demonstra a dificuldade da presidente Dilma Rousseff em criar uma agenda positiva e sair dessa agenda atual. Por um lado da agenda vinculada pela operação Lava Jato e, por outro, deste problema de esfacelamento da base aliada”, afirma.

“O PMDB está fazendo o que melhor sabe fazer, um jogo dúbio, para aumentar o seu cacife político e esperar o momento adequado para ficar no governo ou desembarcar do governo Dilma. O PMDB tem hoje sete ministérios, incluindo o da Saúde, que tem o maior volume de recursos. Hoje, o partido está em uma posição muito privilegiada”, acrescenta.

Posição desconfortável

A direção a ser tomada pelo partido está diretamente vinculada com o cenário mais propício para o partido, de acordo com o diretor da Sciences Po. ”Basicamente, o PMDB, que sempre foi um partido rachado, particularmente de modo histórico entre o Senado e a Câmara, está aproveitando essa confusão para ser um ator predominante no governo Dilma ou num futuro governo de Michel Temer”.

No entanto, lembra o cientista político, o PMDB tem um cuidado em avançar nesse processo de impeachment porque tem muitas lideranças envolvidas no escândalo da Lava Jato, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que deve também prestar contas à Justiça e é investigado pela Procuradoria Geral da República.

“O PMDB tem o cuidado de não avançar muito rápido nem também muito devagar porque sabe que pode ser alvo de futuras investigações da Polícia Federal. Isso o coloca em uma posição desconfortável”, afirma Estrada.

 

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