Brasil tem nível de homicídios equivalente a países em guerra, diz Anistia Internacional
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A Anistia Internacional acaba de publicar o relatório anual "O Estado de Direitos Humanos no Mundo". O estudo traz um panorama do assunto em diferentes partes do planeta, inclusive no Brasil, onde a ONG constata um retrocesso na questão.
Algumas medidas polêmicas discutidas recentemente no país, como o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos ou ainda a dificuldade de atendimento de saúde a mulheres vítimas de estupro são citados no relatório como sinais de recuo. “Existem muitas situações de violações de direitos humanos no Brasil, no entanto, a reação das autoridades tem sido uma resposta conservadora, no sentido de manutenção do status quo e de aprofundamento dessas violações”, comenta Renata Neder, assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil.
Para ela, a estratégia das autoridades para tentar combater a violência é um bom exemplo. “Vivemos uma crise no campo da segurança pública e a resposta das autoridades é uma proposta de redução da maioridade penal, que não vai ajudar a redução da violência letal no país, e ainda vai violar os direitos de milhares de crianças e adolescentes no país”, analisa.
A assessora da Anistia ressalta que o Brasil é hoje a nação com “o maior número de homicídios no mundo”, com 56 mil casos por ano, e que os jovens negros do sexo masculino continuam sendo as principais vítimas. “Temos um número de homicídios por ano que é compatível com um cenário de países em guerra”, afirma.
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