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Copa no Brasil ajudou a espalhar o zika vírus, diz especialista francês

O jornal Le Parisien aproveita a reunião de emergência da Organização Mundial da Saúde nesta segunda-feira (1) para esclarecer os riscos de transmissão do zika e fazer um balanço da epidemia. Especialistas em doenças infecciosas ouvidos pelo jornal sugerem que Copa do Mundo de futebol contribuiu para espalhar o vírus.

O vírus chegou ao Brasil no início do ano passado, depois de ter passado pela Ásia e alguns países do Pacífico, e já atinge 21 dos 55 países do continente.
O vírus chegou ao Brasil no início do ano passado, depois de ter passado pela Ásia e alguns países do Pacífico, e já atinge 21 dos 55 países do continente. REUTERS/Josue Decavele
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A OMS está preocupada com a epidemia que atinge toda a América do Sul, as Antilhas e que pode chegar à França na primavera, diz o jornal que traz em sua manchete uma pergunta: é mesmo preciso ter medo do zika vírus?

Os especialistas da OMS deverão dizer hoje se a epidemia é uma emergência de saúde pública mundial, mas tudo leva a crer que sim, garante o Le Parisien.

Cinco adultos que voltaram à França depois de uma viagem pela América do Sul foram infectados, mas ninguém precisou ser hospitalizado. No entanto, as autoridades de saúde pública na França estão atentas à propagação do mosquito transmissor.

Copa do Mundo ajudou a espalhar vírus

O especialista em doenças infecciosas Jean-François-Delfraissy, entrevistado pelo jornal, afirma que que o zika vírus havia se expandido pouco antes da Copa no Brasil e o evento contribuiu para a multiplicação dos casos.

“O vírus não tinha circulado muito pelo mundo até aparecer com muita força recentemente no Brasil, após a Copa do Mundo de futebol de 2014, provavelmente devido à movimentação da população… e dos mosquitos”, garante. “Apenas recentemente sua periculosidade foi comprovada”, acrescentou.

Delfraissy lembra que há vários indícios que associam o vírus à microcefalia. Um estudo realizado na Polinésia Francesa com 32 mil infectados no final de 2014, especialmente no Taiti, revelou que malformações foram identificadas nos fetos. Foram registradas duas mortes, 10 abortos e 6 bebês nasceram com microcefalia.

No entanto, o que intriga o especialista do Instituto nacional francês de pesquisas médicas é o fato de que muitas mulheres grávidas atingidas pelo vírus não desenvolvem esse tipo de infecção gravíssima. “É preciso entender o porquê”, questiona Delfraissy .

Exemplos brasileiros

Le Parisien cita os inúmeros casos no Brasil e traz o exemplo da pernambucana Gleyse Kelly Cavalcanti de 27 anos. Ela contraiu o vírus zika durante a gestação e sua filha sofre de microcefalia. Ela contou ao jornal que no quinto mês de gravidez o médico a chamou por ter percebido que o perímetro craniano do bebê não se desenvolvia. “Algumas manchas avermelhadas apareceram na minha pele, mas não me preocupei”, disse.

A pediatra do hospital Oswaldo Cruz de Recife, Maria Ângela Rocha disse que no início da epidemia atendia de um a dois casos por dias. “Agora, são dez”, estima.

O nordeste brasileiro é particularmente atingido por essa doença, informa Le Parisien. O Ministério da Saúde mobiliza 40 mil agentes dos serviços de eletricidade para atuar no combate à propagação do vírus no País.

O diário francês também reproduz a declaração do médico chefe do Comitê Olímpico Rio 2016 de que o vírus zika “não ameaça a realização dos Jogos”.

 

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