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Suécia: morte de jovem por migrante causa violência e abre crise política

O esfaqueamento de uma jovem assistente social sueca por um refugiado de 15 anos em um centro de acolhida foi o estopim para a Suécia se tornar palco de uma verdadeira onda racista. Imprensa e partidos políticos acusam o  primeiro-ministro Stefan Löfven e sua política migratória.  

Primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, está sendo criticado no país por sua política migratória aberta.
Primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, está sendo criticado no país por sua política migratória aberta.
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Alexandra Mehzer tinha 22 anos e trabalhava como assistente social em um centro de refugiados em Mölndal, na periferia de Göteberg, no sul, uma região sobrecarregada pela chegada em massa de migrantes. No dia 25 de janeiro passado, ela morreu esfaqueada por um jovem do Mali, de 15 anos.

O crime deixou o país em estado de choque e desencadeou uma onda de indignação e questionamento sobre a política migratória do primeiro-ministro Stefen Lövfen. A começar pelo tio da vítima, que era de uma família de migrantes libaneses, que acusou o governo e o premiê de responsáveis pela morte da sobrinha. "Nunca imaginamos que isso pudesse ocorrer aqui", desabafou o homem.

"O que está acontecendo na Suécia?"

No dia seguinte (26) ao drama, o jornal Expressen, de centro-direita, perguntava na primeira página: "O que está acontecendo na Suécia? Centros incendiados, conflitos comunitários e desvios dos jovens migrantes, tudo causado pela chegada dos estrangeiros", publicou o diário, acusando o ministro de não ter medido bem os desafios da sua abertura. Mesmo com um aumento do controle de fronteiras, o país parece ter perdido o controle

Outro diário de centro-direita, Svenska Dagbladet, já havia escrito em um editorial que todos os que tentaram questionar a relação entre o número de pessoas que chegaram e a capacidade delas serem bem acolhidas, foram acusados de ser da ala da extrema-direita.

O jornal mais respeitado do país, Dagens Nyheter, publicou que "Löfven não tem nada a dizer" depois do premiê visitar o local onde Alexandra Mehzer foi morta e declarar: "Não existe solução simples".

Publicações de todas as tendências acusam o chefe de governo de mal planejamento e má administração da crise.

Violência racial em Estocolmo

Na sexta-feira (29), na estação central de trem de Estocolmo, cerca de cem homens mascarados saíram "à caça" para bater em "pessoas de aparência estrangeira", distribuindo folhetos estimulando os suecos "a dar às crianças de rua da África do Norte o castigo que elas merecem".  Foi confirmado que os homens eram hooligans dos clubes AIK e Djurgarden.

Mesmo se a polícia dispersou os agressores, a imagem dos ataques deu a volta ao mundo e provocou o questionamento do modelo sueco, o do humanismo universal, que abre os braços para os que precisam.

Expulsões

O governo sueco anunciou nesta semana que vai aplicar as ordens de expulsão de até 80 mil solicitantes de asilo cujos pedidos foram rejeitados.

Entre 2014 e 2015, a Suécia, que tem mais de 20% de seus residentes de origem estrangeira, acolheu 250 mil migrantes, mais do que os outros países da União Europeia.

 

 

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