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Brasil/ meio ambiente

Apenas 1% da agricultura do Brasil é orgânica, nota OCDE

Apesar de ser um dos países com maior abundância de terras agrícolas do mundo, apenas 1% da produção do Brasil é orgânica, ou seja, marcada pela preocupação com o meio ambiente. Em um amplo estudo de avaliação sobre o desempenho ambiental do país, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) destaca que os programas de governo para uma agricultura mais sustentável ainda são pouco expressivos no território brasileiro.

Plantação de hortaliças orgânicas na Paraíba.
Plantação de hortaliças orgânicas na Paraíba. Orgânicos do Pivas/ flickr/ creative commons
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“Programas de apoio, como o Programa de Agricultura de Baixo Carbono, visam a estimular uma agricultura mais sustentável e o uso eficiente de insumos. Entretanto, esses esforços continuam a ser em pequena escala”, afirma o texto.

O relatório ressalta que os subsídios agrícolas no Brasil são baixos, em comparação aos encontrados em outros membros da OCDE e entre os BRIICS (a organização inclui a Indonésia no grupo de países emergentes). No entanto, observa a entidade, o estímulo tende a privilegiar a produção e o uso de insumos, como agrotóxicos.

O estudo nota que os fertilizantes são beneficiados com isenções fiscais, o que contribui para que eles sejam utilizados em larga escala. O Brasil é o maior consumidor do mundo desse tipo de produto.

O estudo foi lançado nesta quarta-feira (4) em Brasília, com a presença do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, e dos ministros brasileiros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Os panoramas ambientais e econômico do país foram encomendados pelo governo brasileiro.

Crise abre oportunidades para economia sustentável

As avaliações visam analisar o contexto atual nestes dois âmbitos, identificando progressos mas também os pontos que podem ser melhorados. A organização observa que o momento de crise econômica pode representar uma oportunidade para o Brasil avançar rumo a uma economia limpa.

“No cenário atual de uma economia em retração, uma melhor integração dos objetivos ambientais às políticas econômicas e setoriais ajudaria o Brasil a avançar na direção de um desenvolvimento mais verde e
mais sustentável”, afirma o texto. “O crescimento econômico e a expansão urbana, agrícola e da infraestrutura também aumentaram o consumo de energia, o uso de recursos naturais e as pressões ambientais. A qualidade e a abrangência dos serviços ambientais precisam ser melhoradas.”

Desmatamento de o equivalente a um pequeno país a cada quatro anos

A entidade parabenizou a diminuição do desmatamento no Brasil, que permitiu ao país reduzir mais de 40% das suas emissões de gases de efeito estufa. Mas a organização notou que a degradação das florestas tropicais e do cerrado é uma prática “continuada”, que resulta na devastação de uma área equivalente a um pequeno país a cada quatro anos.

O estudo sublinha que faltam recursos humanos para fiscalizar as áreas protegidas. Um dos principais desafios do país é aplicar a legislação ambiental, salienta a OCDE.

Para a organização, o Brasil é um exemplo em energia de baixa emissão de poluentes: cerca de 80% da energia consumida vem de fontes renováveis, como usinas hidrelétricas e os biocombustíveis. No restante do mundo, esse índice é de apenas 22%.

 

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