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Casino se adapta à crise no Brasil sem mostrar empobrecimento dos consumidores

A estratégia do grupo francês Casino, proprietário da rede de supermercados Pão de Açúcar, para compensar suas perdas com a crise econômica no Brasil é abordada pelo jornal Les Echosdesta segunda-feira (2). A empresa investiu em "cash and carry" para os consumidores de grandes centros urbanos e renovou supermercados tradicionais sem demonstrar que consumidor está perdendo poder aquisitivo.

Supermercado Pão de Açúcar.
Supermercado Pão de Açúcar. Reuters
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Com o título "Casino adapta seu disposito no Brasil", a reportagem do correspondente em São Paulo, Thierry Ogier, mostra como o grupo Casino, que se tornou o número 1 do varejo no Brasil, enfrenta uma crise que não deve ser passageira.

A filial brasileira Grupo Pão de Açúcar registrou perdas pelo segundo trimestre consecutivo. No caso, R$ 122 milhões entre julho e setembro. No ano passado, lembra o jornal, no mesmo período a empresa faturou R$ 391 milhões.

Nos nove primeiros meses deste ano, o lucro líquido do grupo Pão de Açúcar despencou 90%. No entanto, dirigentes afirmam que o setor alimentício não vai tão mal. Já as vendas do que não é alimento são atingidas de maneira dramática pela crise que atravessa o país. É o caso da Via Varejo, que representa 14% dos negócios do Casino no Brasil. Quarenta lojas já foram fechadas para se adaptar ao cenário econômico. "O grupo assume assim uma posição defensiva", avalia o jornal. Em entrevista ao Les Echos, o diretor financeiro do grupo, Christophe Hidalgo, afirma que "houve uma adaptação da empresa à realidade econômica atual".

Efeito psicológico

O Les Echos diz que, no setor alimentício, o grupo mudou sua estratégia e investiu na proximidade com o cliente. Nas grandes cidades, 300 pequenos supermercados, também chamados de "cash and carry", foram abertos para satisfazer uma clientela que sofre com os problemas de grandes centros urbanos.

Os grandes supermercados também foram renovados para "influenciar na psicologia dos consumidores", segundo Hidalgo. Na entrevista, ele reconhece que "não existe nada pior no Brasil em período de crise do que mostrar ao consumidor que ele é pobre".

Ao jornal, o executivo do GPA diz que, nos bairros mais populares, a resposta está sendo positiva, com crescimento de até dois dígitos do faturamento. Mas o Casino não se entusiasma muito, porque a crise no Brasil deve ser longa. O grupo francês diz não querer tomar decisões que possam comprometer os bons resultados de um trimestre.

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