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Personalidades francesas lançam apelo para transformar "Selva de Calais"

O apelo de centenas de artista e intelectuais para o governo francês melhorar as condições de vida dos migrantes em Calais ganhou a manchete do jornal Libération desta quarta-feira (21). Ongs denunciam há várias semanas que a situação no local é desumana e provoca indignação. 

A "selva de Calais", onde muitos migrantes aguardam respostas de pedidos de asilo.
A "selva de Calais", onde muitos migrantes aguardam respostas de pedidos de asilo. Reuters/Pascal Rossignol
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Libération traz o apelo assinado por 800 personalidades, entre artistas e intelectuais, para que o governo francês trate de maneira mais humana e digna os milhares de migrantes que vivem em Calais, no norte do país. O local abriga pessoas que tentam atravessar o Canal da Mancha para chegar à Inglaterra.

Os cineastas Jean-Luc Godard, Laurent Cantet, François Ozon, Jean-Pierre e Luc Dardenne, os atores Eric Cantona e Emanuelle Bercot, o economista Thomas Piketty e o sociólogo Edgard Morin estão entre os signatários do documento que exige um melhor tratamento aos refugiados.

O jornal afirma que nas últimas semanas diversas associações multiplicaram o alerta para as condições terríveis na chamada "selva de Calais". Vivendo em barracas improvisadas e em um local insalubre, mais de 6 mil mulheres, homens e crianças se alimentam apenas uma vez por dia, não têm acesso a banheiros e enfrentam até uma epidemia de sarna.

Libération critica duramente a postura do governo de não dar uma melhor assistência a esses migrantes sob o pretexto de não estimular a chegada de milhares de outros. "Essa postura do poder público é uma vergonha para um país que, mesmo em período de crise, é a sexta maior economia do mundo", escreve o jornal.

Discursos reacionários

A reportagem denuncia também o discurso "reacionário ou fascista" que consiste em rejeitar a acolhida dos exilados, independemente da origem, alegando uma suposta "falta de espaço" no país e a defesa dos interesses dos franceses mais pobres.

Com muitos exemplos de sírios e afegãos que fugiram de seus países em guerra, Libération diz querer dar maior visibilidade a essas vítimas. O jornal apela "solenemente para o governo francês elaborar um plano de ação emergencial para tirar a 'selva de Calais' da situação de indignidade em que se encontra".
 

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